“A corrupção no Brasil não é só política, mas cultural”, comentou a advogada e especialista no tema pela International Anti-Corruption Academy (IACA), de Viena, Monica Rosenberg, que publicou o livro “Somos todos corruptos? Pequeno manual do ético-chato”. O manual busca uma reflexão para as pessoas sobre como agir contra a corrupção que atinge todas as esferas da sociedade.

Em entrevista concedida na sede de OVALE, Monica Rosenberg, que também é uma das fundadoras do ‘Instituto Não Aceito Corrupção’, falou que a corrupção permeia nas relações sociais em todos os níveis e causa grandes malefícios. “É muito confortável você dizer “todo mundo é corrupto, então eu não preciso mudar”. E na verdade, todo mundo não é corrupto. Se eu sou, eu posso mudar, me responsabilizo para fazer a mudança. Assim, você tem uma mudança na sociedade.”

A autora afirmou que o Brasil tem muitos problemas como a fome e o desemprego, mas com o nível de corrupção e o sistema burocrático, não se pode resolver estes problemas sem reverter a cultura. “Não aceitamos que as pequenas corrupções passem impunes, isto é, desde falsificar uma carteira de estudante para pagar meia, pedir dois recibos para o médico para cobrar do plano de saúde, uma caixa para o guarda resolver uma multa. Mecanismos que achamos normal.”

“As pessoas precisam enxergar o que está no alcance, soma das pequenas mudanças que podem fazer. Infelizmente, todo mundo conhece alguém que tem esquema e começa por aí.” Complementou, Monica.

Educação 

Segundo a autora, no momento em que as pessoas entenderem sobre a corrupção e como podem agir, começarão a exigir dos representantes uma outra postura, como cobrar a prestação de contas do que está fazendo com o dinheiro, e o primeiro passo é a educação, já que “é a maior ferramenta de combate à corrupção. Não é por lei, operação da Polícia Federal. É por educação, combate à impunidade, sistemas menos ameaçador. Um povo sem educação fortalece a corrupção.”