Que o chamado “mundo corporativo” tem lá suas peculiaridades e seus jargões, é compreensível e natural, assim como acontece em diversas categorias, áreas e nichos profissionais. Mas, particularmente, acredito que a utilização de termos - na maioria estrangeiros - complexos nos escritórios e empresas pode estar acontecendo de modo indiscriminado e sem critério.
E este, digamos, fenômeno tem até nome; é o corporativês. Se você circula ou já circulou por ambientes corporativos, tenho certeza de que você já ouviu muitos desses termos que, a princípio, são incompreensíveis e não agregam nada.
Vamos com um exemplo: “O background do novo CEO da empresa irá alavancar o team building, agregando valor para os colaboradores performarem”. Traduzindo: “A experiência do novo alto executivo da empresa irá aumentar o espírito de equipe, melhorando o desempenho dos empregados”.
Não que eu condene totalmente o uso de termos específicos nos ambientes corporativos. O que me incomoda, como já disse no início deste artigo, é a utilização indiscriminada de palavras que não agregam valor (olha eu também usando o corporativês) e que podem, no fim, atrapalhar a comunicação.
Podem atrapalhar porque, fatalmente, os jargões que, no início, estão restritos a um pequeno número de pessoas, logo se espalham por todos os setores de uma empresa – e da outra, da outra, da outra... – formando uma multidão de repetidores de palavras das quais nem conhecem o significado.
Ainda há os profissionais, acredito que em sua maioria os líderes, que utilizam o corporativês de modo pensado e indiscriminado, apenas pra tentar mostrar que sabe mais, que é uma pessoa mais culta e descolada. Muitas vezes, isso não passa de insegurança.
Agora, vocês me dão licença porque eu tive um insight, já deu meu deadline, e vou fazer um approach com minha equipe para solicitar um feedback sobre este case. Observação: contém ironia e bom humor.