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Eleições-2022: a nau dos insensatos

Por Marcos MeirellesJornalista |
| Tempo de leitura: 2 min

A pauta é 2022. O ex-capitão Cloroquina acredita que o caminho para a reeleição está pavimentado, com a vitória de aliados no Senado e na Câmara dos Deputados. Sua preocupação central agora é reavivar a pauta de costumes que costuma mobilizar as hordas fanáticas das redes sociais e, com isso, manter os 30% que o credenciam para a disputa de um eventual segundo turno.

A vitória no Congresso, no entanto, pode ser como a do rei Pirro na Batalha de Ásculo, quando ele admitiu aos seus homens: "mais uma vitória como essa, e estarei perdido".

O Centrão já começou a cobrar a sua fatura em cargos, emendas para obras em redutos eleitorais e pautas contrárias à equipe econômica.

Paulo Guedes, o ex-posto Ipiranga, cambaleia, finge-se equilibrista, mas conduz o país a passos largos para uma grave crise fiscal combinada com escassez de empregos e renda e inflação ascendente. Um cenário tenebroso.

O desgoverno, portanto, não se limita à pandemia e lança sombras sobre o futuro próximo do país em todas as áreas.

Se temos um desgoverno e o despautério como política diária do Palácio do Planalto, como explicar então que os cenários para 2022 ainda incluam, em todas as projeções, um ex-capitão Cloroquina com chances eleitorais?

Talvez seja o caso de direcionar a lupa para a oposição.

Quem se legitima e se habilita a liderar uma frente anti-Cloroquina? Até o momento, ninguém. O PT não sai do círculo lulista e se apresenta como o adversário dos sonhos para o Palácio do Planalto, por sua sobeja rejeição. O PSDB não sabe se é oposição ou base de apoio ao governo e segue enfrentando a eterna guerra dos egos, agora com novos personagens. O DEM seguiu seu destino e virou auxiliar do Cloroquina.

Terceira via? Onde? Em palcos globais? Pode ser que tenhamos nomes competitivos, mas não há ninguém no momento disputando a valer os corações e mentes dos 30% amarrados à nau desvairada do ex-capitão. Se a taxa de adesão à loucura não baixar para 20% ou menos, 2022 no Brasil será pior que 2020 nos Estados Unidos..

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