A partir de JANEIRO de 2023, o investidor de Renda Fixa mais “inocente” enfrentará uma grande surpresa: descobrirá que a Renda Fixa também tem volatilidade. Haverá choro e ranger de dentes. Muitos se perguntarão: “Como é possível oscilar se é Renda Fixa?”. Pois é, a RENDA é fixa, o PREÇO não.
Imagine que você é proprietário de um apartamento. Você combina um valor fixo de aluguel com seu inquilino pelos próximos 5 anos. Mês a mês e ano a ano, durante esse período, o imóvel irá gerar essa renda constante, fixa. No entanto, mesmo que você não veja, o preço do imóvel em si oscila dia a dia no mercado, conforme condições adjacentes. A construção de uma estação de metrô na mesma rua tende a valorizá-lo, a construção de um presídio, a desvalorizá-lo, por exemplo.
Como isso é possível? Graças a algo chamado Mercado Secundário. Esse mecanismo é o responsável por dar liquidez ao ativo, ou seja, fazer com que vendedores encontrem compradores e vice-versa.
Uma vez que existe Mercado Secundário, haverá uma precificação “na curva” (padrão, fixa, pré estipulada) e uma outra “a mercado” (oscilante, mudando todos os dias conforme variáveis econômicas). O que acontece é que hoje, na conta da sua corretora, você só enxerga o preço “na curva”. Por isso você só vê o preço dos seus ativos de Renda Fixa subindo.
A partir do começo de 2023, as corretoras passarão a mostrar também o preço “a mercado” dos ativos de Renda Fixa. Você descobrirá, por exemplo, que em um vencimento longo de Renda Fixa pode existir tanta volatilidade quanto, ou até mais, que em ações negociadas em bolsa. O porquê? O futuro gera incerteza e, toda incerteza, atrai volatilidade.
Isso é ruim? Não. No entanto, você não pode ser pego desprevenido. Comece a se familiarizar com essa questão, visitando o site do Tesouro Direto.
Filipe Rosa, sócio da Capitólio Investimentos e fundador da ComCiência Educacional @sejacomciencia