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Banco de lenços do Antoninho ajuda na autoestima de mulheres

Por Xandu Alves@xandualves10 |
| Tempo de leitura: 2 min
Ajuda. Vânia Castanheira durante evento do
Ajuda. Vânia Castanheira durante evento do "Lenços da Solidariedade", que virou banco de doação

Um lenço na cabeça e uma esperança no coração.

Faz quatro anos que o Hospital Antoninho da Rocha Marmo, na região central de São José dos Campos, mantém um banco de lenços, bonés e perucas para mulheres e homens em tratamento de câncer.

As mulheres são maioria entre as "clientes" do banco de lenços, que doa todas as peças que recebe. Isso porque a queda de cabelos é um dos efeitos colaterais do tratamento de câncer que mais afeta as mulheres, em razão da queda da autoestima.

Segundo uma das coordenadoras do voluntariado no Antoninho, Regina de Campos, 72 anos, voluntária do hospital há 13 anos, não é possível quantificar o total de peças recebidas e doadas pelo banco em quatro anos de existência.

"Há muitas doações, não dá para quantificar. E não há burocracia. A pessoa chega lá e pega, se está precisando. Há até cabeleireira voluntária que corta o cabelo e já põe o lenço", diz Regina.

SUPERAÇÃO.

A doação começou a partir do projeto "Lenços da Solidariedade", que a jornalista, blogueira e consultora Vânia Castanheira, 35 anos, lançou após ela própria viver a experiência de diagnosticar um câncer de mama.

Após descobrir a doença em janeiro de 2003, ela engatou projetos de vida que a levaram adiante, em paralelo ao tratamento de saúde: fez um blog, livro e a campanha, além de ter se tornado palestrante e consultora.

'Minha Vida Comigo' batiza o blog e o livro, que traz ainda o subtítulo: "O câncer foi minha cura" (Ofício das Palavras, 240 páginas). A campanha, que virou um projeto, incentiva a doação de lenços a mulheres em tratamento de câncer, em razão da queda dos cabelos.

Moçambicana criada em Portugal e que vive em São José dos Campos há 12 anos, Vânia fez do seu blog um fórum para partilhar experiências com as pessoas, muitas delas também enfrentando um câncer.

"Resolvi escrever porque aprendi tanta coisa que tinha mudado tanto a minha vida que eu precisava partilhar e informar as pessoas", diz ela.

Vânia e as voluntárias do Antoninho da Rocha Marmo já realizaram diversos eventos para aumentar a autoestima de mulheres em tratamento de câncer, como cursos de dança, aplicação de maquiagem e dicas de beleza. Tudo é motivo para virar uma festa, com alegria e apoio.

"Todos os dias quatro voluntárias trabalham junto com pessoal do câncer, no hospital. Temos um bingo diário na hora que começa a aplicação da quimioterapia, para distrair. Damos de prêmio mantimentos e objetos de higiene pessoal", conta Regina.

Segundo ela, o principal é o "apoio humano". "Eles acham ótimo que a gente vá lá. As voluntárias fazem amigos, conseguem ajudar os mais necessitados. Eles se sentem alegres e amigos. Fazemos a nossa festinha".

O voluntariado no Antoninho, um dos cinco hospitais da região a atender pacientes com câncer pelo SUS (Sistema Único de Saúde), é formado por 60 pessoas, a maioria delas com mais de 60 anos..

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