Ideias

O FUTURO DA EMBRAER na região

Por Marcos MeirellesJornalista | 06/07/2018 | Tempo de leitura: 2 min

Causa espanto a passividade das lideranças e da própria população joseense diante da sacramentada fusão entre Embraer e Boeing na aviação comercial. Admitamos que as novas condições impostas pelo mercado tenham colocado a Embraer em uma sinuca de bico. Neste cenário, os executivos da empresa buscaram, sem dúvida, a parceria mais viável, garantindo a competitividade exigida pelo segmento da aviação comercial. De lambuja, receberam a promessa de uma parceria estratégica para a ampliação das vendas do segmento de defesa.

Isto posto, não há a menor dúvida de que a fusão deve promover alterações substanciais no processo produtivo da aviação comercial. A estimativa é de uma sinergia anual de custos estimada em US$ 150 milhões. Esta palavrinha mágica, "sinergia", representa a essência das transformações que ocorrerão no processo produtivo e que podem, sim, afetar o emprego, a geração de renda e a pesquisa tecnológica nos parques fabris incorporados à nova empresa. Reduzir custos significa otimizar produção e aumentar a produtividade, onde quer que isto seja mais interessante para os acionistas majoritários.

Já existem muitos funcionários brasileiros da Embraer nos Estados Unidos e o capital humano qualificado não será certamente desperdiçado pela nova empresa. Para alguns, pode ser até como ganhar na loteria, mudar-se para Flórida com a família toda, garantir educação de qualidade para os filhos e uma vida tranquila, em um país desenvolvido e seguro.

Para os que ficarem em São José, no entanto, o cenário pode não ser tão feliz.

Se a cidade tivesse um parque industrial diversificado, com avanços tecnológicos em diversos setores e alternativas de geração de renda consistentes, esta discussão talvez nem fizesse sentido. Mas, em um processo que se acentuou nos últimos dez anos, São José é hoje excessivamente dependente da Embraer. Com o restante da indústria definhando, o destino da Embraer e a nova empresa criada pela fusão com a Boeing estão no centro do debate sobre o futuro da região..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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