Ideias

DE QUE LADO VOCÊ ESTARÁ NO DIA 28 DE OUTUBRO?

Por Hélcio CostaJornalista e diretor da empresa Matéria Consultoria & Mídia | 19/10/2018 | Tempo de leitura: 2 min

"Você é ladrão ou é racista?", pergunta Murilo Couto, em um vídeo que circulou dias atrás pelas redes sociais. Essa foi a forma que o humorista encontrou para encarar o dilema deste segundo turno: votar em Fernando Haddad e toda a carga de problemas e ladroagem que vem com ele e o PT de Luiz Inácio Lula da Silva ou votar em Jair Bolsonaro e o caminhão de preconceitos, truculência e desvios éticos que carrega sua candidatura à bordo do PSL? Frente ao eleitor que não quer nem um, nem outro, Murilo é ferino: "Mas se fosse para ser, o que você seria: ladrão ou racista?"

Dito assim, parece simplista.

Claro que a grande maioria dos eleitores de Bolsonaro e Haddad não é nem uma coisa, nem outra. Mas a piada de Murilo segue à risca o simplismo desta campanha. Bolsonaro e Haddad, noves fora, falaram de um país inexistente. Olhando para ambos, no entanto, o candidato franco-favorito que chama mais a atenção, principalmente pelo risco dele assumir a Presidência.

Deputado mediano, adepto das mordomias pagas com o dinheiro público, Bolsonaro virou salvador da pátria, trazendo na ponta da língua um discurso debochado contra negros, mulheres, LGBTs e demais minorias, além de uma defesa intransigente da violência como arma política. Isso a ponto de ter como ídolo o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que comandou o principal centro de horrores existente nos porões da Ditadura Militar. Um amigo meu, tucano, que desceu do muro do lado de Bolsonaro, acredita que o Capitão é apenas um personagem e que o Mito vai se amoldar. Será?

Independente de quem saia vitorioso, já sei onde eu estarei daí para frente. Afinal, como ensinou Millôr Fernandes, jornalismo é oposição; o contrário é armazém de secos e molhados. Cabe a nós fiscalizar o poder, seja ele qual for, e não amplificar acriticamente versões, muito menos se prestar a servir de bajulador, como bem anotou o jornalista Mário Magalhães, em comentário sobre Millôr. Ladrão ou racista? Já estou muito velho para ter medo de careta. Que venha o futuro e, com ele, os seus desafios. E, se Deus é mesmo brasileiro, quem sabe o deputado do baixo clero vira, por milagre, um bom presidente. Será?..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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