
"Não o veja sozinho", cravou o mestre do terror Stephen King sobre o filme "A Autópsia", que estreia nos cinemas da região. Na trama, o corpo de uma desconhecida é encontrado no porão de uma casa onde houve um assassinato. O caso, aliás, parece simples de ser resolvido.
No entanto, à medida que os legistas (pai e filho) começam a fazer a autópsia com o objetivo de descobrir as circunstâncias da morte da moça, uma estranha força sombria toma conta do local, colocando a vida dos dois em perigo.
O longa abraça dois gêneros do cinema: suspense policial e terror e deve agradar quem gosta daquele horror que gradualmente vai tomando forma. Aliás, a maior parte do filme se passa no necrotério, um espaço que por si só já põe medo.
SUSTOS.
Em um primeiro momento, ambos parceiros vão retirando os órgãos do corpo enquanto gravam as análises. Mas é na segunda metade que o filme pretende testar os limites do ceticismo do espectador. Afinal, como visto no trailer, porque o corpo morto ainda sangra? Como pode estar tão danificado por dentro sem ter marcas na pele? Teorias rasas são usadas para justificar o caso.
E o diretor, André Ovredal não poupa! Sangue e vísceras são mostrados sem pudor. Mas não há sensacionalismo. É aí, inclusive, que o natural e o sobrenatural se abraçam. Na segunda metade, figuras assustadoras, tempestades, portas que se trancam sozinhas, sombras e sustos dão o tom da narrativa.
EM CENA.
No elenco, Olwen Catherine Kelly dá vida (ou nem tanto!) ao corpo desconhecido encontrado no porão, apelidado de Jane Doe, nome dado nos exterior, às pessoas desconhecidas ou envolvidas em crime, algo como "Zé Ninguém". Brian Cox e Emile Hirsch são pai e filho, protagonistas da trama. E Michael McElhatton (da série "Game of Thrones") vive o xerife..