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Profissionais narram detalhes sobre mercado do sexo em São José

Por Julia Carvalho@carvalho8123 |
| Tempo de leitura: 2 min
trajetória.
Profissionais do sexo, Sharon e Ana foram abusadas por membros da família durante a infância
trajetória. Profissionais do sexo, Sharon e Ana foram abusadas por membros da família durante a infância

Em um universo no qual o corpo se torna um negócio, profissionais do sexo revelam o mercado da prostituição em São José dos Campos. Os pontos onde fazem programas, de acordo com os entrevistados, são segmentados. As garotas atendem na avenida Nelson D'ávila, os garotos costumam ficar nas proximidades da Praça do Sapo e as travestis na rua Paraibuna, ambos na região central.

"Eu comecei a me prostituir por dinheiro, passei muitas dificuldades, fui viciada em drogas", relatou Bruna, que atua como garota de programa nas ruas de São José há 20 anos.

De acordo com a Defensoria Púbica, profissionais do sexo podem contribuir com INSS e receber benefícios como auxílio reclusão, pensão por morte ou salário maternidade.

Cerca de 90% das travestis e transexuais do país sobrevivem da prostituição, de acordo com a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais). "Eu me mantenho hoje com a renda que eu ganho na rua. Já cheguei a ganhar R$4.000 em uma noite", afirmou a travesti Sharon Oliveira, de 36 anos.

PREVENÇÃO.

A Prefeitura de São José disponibiliza, gratuitamente, insumos com o objetivo de promover a prevenção de ISTS (Infecções Sexualmente Transmissíveis), além da gravidez não planejada. Por mês, a média de distribuição dos insumos é de 3.381 géis lubrificantes, 2.274 preservativos femininos e 153.412 preservativos masculinos. O CRMI (Centro de Referência de Moléstias Infecciosas) atende, por mês, 1.202 pessoas; o serviço não classifica o paciente por atividade profissional (como, por exemplo, profissionais do sexo).

Projeto 'Jump' ajuda a tirar garotas de programa das ruas em São José

Longe da prostituição e das drogas, garotas de programa buscam o recomeço no mercado de trabalho. O projeto 'Ruas para Cristo', coordenado pelo Instituto Jump, trouxe um novo rumo para a vida destas pessoas em São José dos Campos. Há quatro anos vem oferecendo oportunidades de emprego e já tirou oito mulheres das ruas. "A ideia de ajudar essas mulheres surgiu com a necessidade das garotas que precisam, muitas vezes, vender seu próprio corpo para o sustento. Nós vamos para a rua todas as sextas-feiras abordar as meninas, levando uma palavra de incentivo e gerando relacionamento. Nosso propósito é oferecer uma nova opção para elas e saber se realmente há a necessidade de ajudar", disse o pastor Guilherme Gonçalves, diretor do Instituto Jump.

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