VIOLÊNCIA

ATENÇÃO: Meninas são salvas antes da morte após sequestro no Vale

Por Jesse Nascimento | Cruzeiro
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução

Sequestradas por criminosos, uma adolescente grávida e uma amiga dela, também menor de idade, foram resgatadas pela polícia no momento em que seriam executadas no Vale do Paraíba. O caso aconteceu em Cruzeiro.

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A ocorrência mobilizou equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil na tarde desta quarta-feira (10), depois que duas meninas foram retiradas à força de um ponto conhecido como “Chibata”, em Cruzeiro, levadas para um apartamento, agredidas, humilhadas e, em seguida, conduzidas a uma área de mata onde, segundo o boletim de ocorrência, seriam executadas.

As vítimas são duas adolescentes, de 15 e 16 anos, uma delas grávida, que foram encontradas em estado de choque, com escoriações, roupas rasgadas e queixas de dor no tórax e no abdômen. O caso em Cruzeiro é investigado como atos infracionais análogos a sequestro e cárcere privado, tentativa de feminicídio, dano, injúria real e violência doméstica, de acordo com a Polícia Civil.

Sequestro.

Segundo o boletim de ocorrência, registrado no Plantão da Delegacia Seccional de Cruzeiro, a apreensão de adolescente por sequestro em Cruzeiro teve início por volta das 16h30. As adolescentes relataram que estavam em um ponto conhecido como “Chibata” quando foram abordadas por três homens.

Elas foram obrigadas a entrar em um carro e levadas até um apartamento no Condomínio Colinas da Mantiqueira, onde, ainda conforme o registro policial, sofreram agressões físicas e psicológicas. No imóvel, tiveram partes do cabelo cortadas com faca, foram xingadas e ameaçadas de morte.

No apartamento, os policiais apreenderam mochilas, bolsas e uma jaqueta das vítimas, além de uma porção de cabelo, confirmando os relatos das meninas sobre os cortes forçados.

Terror na mata.

Depois das agressões no condomínio, as adolescentes contaram que foram colocadas novamente em um veículo e levadas para uma área de mata em Cruzeiro, onde, segundo elas, seriam executadas. Nesse momento, o caso passou a ser tratado como situação de altíssimo risco e prioridade para as equipes de patrulhamento.

Durante as buscas, uma das vítimas conseguiu escapar da mata e correr até uma viatura da Polícia Militar, pedindo ajuda e informando que a amiga ainda permanecia sob ameaça. A partir desse relato, foi montado um cerco na região, e outras equipes localizaram as adolescentes em meio à vegetação, dando início ao resgate que resultou na apreensão de adolescente por sequestro em Cruzeiro.

As duas foram levadas ao pronto-socorro, onde passaram por avaliação médica, exames radiológicos e atendimento de emergência, inclusive em razão da gestação de uma delas.

As vítimas solicitaram medidas protetivas de urgência, que foram anexadas ao procedimento para análise do Poder Judiciário, reforçando a preocupação com a segurança das adolescentes após a apreensão de adolescente por sequestro em Cruzeiro.

Adolescente é preso.

Enquanto as vítimas eram socorridas, policiais que participavam da operação visualizaram dois suspeitos saindo da área de mata. Ao receberem ordem de parada, os homens fugiram. Um deles, de 17 anos, teria apontado um revólver preto em direção a um policial militar, que reagiu com um disparo defensivo. Nenhum suspeito foi atingido e eles conseguiram escapar.

Instantes depois, outro grupo de policiais conseguiu localizar e deter um deles, também de 17 anos, apontado pelas vítimas como um dos autores das agressões.

Ele foi apreendido e levado à delegacia, onde seu celular e outros objetos foram recolhidos para perícia. A pistola de um dos PMs envolvidos na ação também foi apreendida para exame balístico, como determina o protocolo em situações com disparo policial.

Investigação.

As adolescentes identificaram três envolvidos nas agressões e sequestro: o adolescente apreendido e dois outros suspeitos, que seguem procurados. A apreensão do adolescente foi formalizada como ato infracional e o caso será acompanhado pela Vara da Infância e Juventude.

Na decisão registrada no boletim de ocorrência, o delegado responsável pelo caso afirma que os elementos coletados — laudos médicos, fotos, objetos apreendidos, histórico de ocorrências anteriores e oitiva das vítimas — indicam que as condutas do adolescente correspondem a atos infracionais análogos à tentativa de feminicídio, sequestro e cárcere privado, dano e injúria real, todos praticados no contexto de violência doméstica contra a mulher.

O delegado destaca que o adolescente já aparece em outros boletins de ocorrência relacionados a atos infracionais análogos a tráfico de drogas e que uma das vítimas já havia sido agredida anteriormente por outro adolescente ligado ao grupo. Diante da gravidade dos fatos e da reiteração, ele representou pela internação provisória do jovem em unidade da Fundação Casa, em Taubaté, medida que será analisada pelo Ministério Público e pelo Judiciário.

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