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Bingo: a maldição do palhaço Bozo

Por Da Redação@jornalovale |
| Tempo de leitura: 2 min
Bingo 2
Bingo 2

Era novembro de 1991 quando o extinto "Diário Popular" chegou às bancas com a seguinte manchete: "A Maldição do Bozo". A reportagem em questão enumerava os problemas e acidentes sofridos por atores que deram vida ao personagem que comandou um programa infantil de sucesso nos anos 1980. Em suma, vestir a fantasia do palhaço era sinônimo de desgraça.

"70% inspiração. 30% é uísque", crava o personagem de Vladimir Brichta no trailer revelando o tom do longa "Bingo - O Rei das Manhãs", que estreia nesta quinta-feira nos cinemas da região.

O nome - Bingo - teve de ser mudado por uma questão de direitos autorais, mas trata-se de Bozo mesmo e toda a tragédia que acompanhou aqueles que estiveram por trás do personagem.

No trailer (para maiores de 18 anos), o protagonista aparece consumindo drogas e farreando com mulheres. "Até audiência, para subir, tem que ter tesão", segue.

BASTIDORES.

Inspirado na vida de Arlindo Barreto, o filme marca a estreia de Daniel Rezende na direção. Ele foi montador do filme "Cidade de Deus" (2002), de Fernando Meirelles.

O roteiro foi produzido pensando em Wagner Moura. "Era uma parceria que a gente tinha e, por diversas questões, como o tempo que demorou para a produção ficar pronta e por conflitos de agenda, ele não pôde fazer. Depois disso, ele mesmo sugeriu o nome do Vladimir para o papel", informou Rezende em encontro com a imprensa.

Pegando carona na troca de atores, a Warner Bros. soltou um teaser promocional com ambos atores disputando o papel de Bingo.

PROCESSO CRIATIVO.

Empolgado com o papel, Brichta, durante apresentação do longa no Rio de Janeiro, contou que maquiagem e figurino deram muito trabalho. "A roupa era muito quente e a maquiagem tinha de retocar o tempo inteiro", revelou.

O ator ainda defendeu a triste vida do palhaço que fez a alegria de uma geração. "Ele tinha um personagem de sucesso, mas ele próprio era anônimo. O filme fala sobre isso. A dor de um ator ao fazer um trabalho que ninguém vai saber quem ele é. Sendo famoso ou não, a gente precisa ser reconhecido pelo nosso trabalho", disse.

Também no elenco estão Leandra Leal, Ana Lúcia Torre, Tainá Müller, Augusto Madeira, Emanuelle Araújo e Cauã Martins. Este é ainda o último filme gravado por Domingos Montagner, morto em setembro de 2016..

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