Um ano e meio depois de ter firmado um acordo para devolução do dinheiro, Odila Sanches, madrasta do prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), depositou menos de 40% do valor que deveria restituir ao município.
Os dados foram informados esse mês pela gestão tucana à Câmara, em resposta a um requerimento da oposição, que foi apresentado pela vereadora Loreny (PPS) e aprovado em plenário.
Segundo os documentos, que trazem comprovantes de depósitos, a diretora de Finanças devolveu R$ 23 mil até agora, de um total de R$ 58.775,55 que ela recebeu em fevereiro de 2017, após furar 1.308 servidores na fila da licença-prêmio.
Os comprovantes mostram um fato curioso. Em 31 de agosto, quatro dias após a Câmara aprovar o requerimento, Odila depositou não apenas os R$ 500 referentes àquele mês, mas também outras três parcelas de R$ 500 para antecipar os reembolsos de setembro, outubro e novembro. Fato semelhante ocorreu em abril desse ano, quando a diretora de Finanças quitou parcelas atrasadas após a Câmara aprovar outro requerimento para pedir informações sobre o caso.
ACORDO ALTERADO.
No ano passado, após o caso ser revelado pelo jornal, o governo Ortiz anunciou que Odila devolveria o valor em 12 parcelas, sendo 11 de R$ 5.000 (entre abril de 2017 e fevereiro de 2018) e a última de R$ 3.775,55 (em março de 2018).
No entanto, a esposa do ex-prefeito José Bernardo Ortiz (PSDB) só cumpriu o acordo nos dois primeiros meses. Posteriormente, as parcelas mensais foram reduzidas para R$ 2.500 e, depois, para o valor atual, de R$ 500.
Caso a devolução seja mantida em parcelas mensais de R$ 500, terminará apenas em dezembro de 2024. Como não haverá reajuste do valor, na prática é como se Odila tivesse feito um empréstimo de R$ 58.775,55 para pagar em oito anos, a juro zero. Ortiz diz que a madrasta passou a devolver parcelas menores porque teve dificuldades financeiras para pagar um curso de mestrado..