Se estivesse vivo hoje, John Lennon teria completado 80 anos no último dia 9 de outubro. O ex-Beatle, reverenciado por multidões no mundo inteiro, é até hoje lembrado como um dos grandes nomes da música mundial. Sua história foi abreviada em 8 de dezembro de 1980, quando foi assassinado com cinco tiros em frente ao edifício Dakota, em Nova York, por um fã, Mark Chapman, a quem horas antes havia até concedido um autógrafo.
Naquele dia, uma grande comoção tomou conta dos fãs no mundo inteiro. O britânico de Liverpool estava morto. O motivo: uma suposta ‘blasfêmia contra Deus’, como se declarar mais popular do que Jesus Cristo. A música ‘God’ (Deus, em português), um dos sucessos de John Lennon, teria sido o estopim. O assassino de Lennon, ainda vivo, foi condenado à prisão perpétua.
Mas o músico que integrou a banda mais popular de todos os tempos segue vivo na mente dos fãs. Até hoje, suas músicas como ‘Imagine’, ‘Dreams’, ‘Woman’, ‘Stand By Me’, ‘Nobody Loves You’ e entre tantos outros sucessos, podem ser apreciadas nas plataformas digitais, em DVDs e, claro, nos vinis, que estão de volta à moda.
Músicas consideradas verdadeiros ícones da paz são, hoje, a herança viva de um dos artistas mais populares de todos os tempos.
SONHO NÃO ACABOU.
Lennon foi um dos formadores dos Beatles. Ao lado de Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, marcou toda uma geração na década de 1960. Shows sempre lotados e histeria das fãs eram as marcas dos eventos em que os meninos de Liverpool estava presente.
Casado com a artista japonesa Yoko Ono, militava em favor da paz mundial. Foi contra a guerra do Vietnã e defendia um mundo sem fronteiras, sem divisão, como explícito no sucesso ‘Imagine’. Muitos acusam Yoko de ser a responsável pelo fim do quarteto, em 1970, quando cada um iniciou sua carreira solo.
John Lennon também ficou marcado pela frase “O sonho acabou”, após a consumação do final dos Beatles. Porém, ele estava enganado. O sonho não acabou. E, até hoje, a banda mais popular de todos os tempos continua fazendo sucesso.
Quis o destino, porém, que eles se separassem. E, dez anos depois, Lennon morreu de forma trágica. Na década de 1970, ele deixou a Inglaterra com a família e foi para os Estados Unidos, onde entendia que poderia ter uma vida mais ‘normal’. E o ativista da paz acabou morto justamente pela intolerância religiosa. Porém, o nome do artista octogenário provavelmente jamais será esquecido.
HOMENAGEM.
Com o aniversário de 80 anos de Lennon, vários artistas e músicos estão prestando homenagem ao ícone da música. Ainda em agosto, seus herdeiros anunciaram o relançamento da coletânea Gimme Some Truth com áudio totalmente remixado e mais alguns bônus. O material é sancionado pela viúva do compositor, Yoko Ono, que desenvolveu o produto ao lado do filho do casal, o também músico Sean Lennon. O álbum coleta de modo compacto o melhor da produção da carreira solo do músico, desenvolvida entre 1970 e 1980.
De acordo com os idealizadores, a ideia é reapresentar as principais faixas de Lennon com novas mixagens criadas por Paul Hicks, que recentemente fez algo similar com o álbum Imagine (1971), o mais conhecido do compositor.
Gimme Some Truth: The Ultimate Mixes traz novas mixagens construídas a partir do zero em busca de amplificar os sons dos instrumentos e, principalmente, dar ênfase aos seus vocais.
O novo disco trará basicamente as canções mais conhecidas do ex-Beatles, organizadas mais ou menos em ordem cronológica, apenas adotando a estratégia já usada em outras coletâneas de pegar canções “difíceis” do início da carreira solo do compositor (como Give peace a chance e Happy Xmas) e jogá-las para o fim da lista. A coletânea destaca os singles (Instant karma, Imagine, Jealous guy, Woman etc.), os sucessos advindos dos álbuns (Isolation, Working class hero, Gimme some truth, Watching the wheels) e apenas uma ou outra canção menos conhecida que mereça destaque (How do you sleep, Out the blue, Bless you).