A Câmara de Taubaté e uma das empresas que participaram do processo de compra do painel eletrônico com sistema de votação apresentaram à reportagem versões diferentes sobre um dos principais pontos suspeitos.
Trata-se da inabilitação da Sistemath durante o pregão presencial. A empresa sequer foi credenciada, pois não apresentou o atestado de capacidade técnica exigido no edital. Sem concorrentes, a única empresa credenciada, a Visual, venceu o certame.
À reportagem, o diretor-geral do Legislativo, Kelvi Soares, alegou ter havido "falha interna" por parte da empresa. Segundo ele, a Sistemath teria inserido o atestado em um envelope que seria aberto apenas posteriormente.
Já Maurício Esposito, diretor da empresa, reconheceu que a Sistemath não tem tal atestado porque nunca prestou serviço dessa natureza a alguma casa legislativa. Ele não soube explicar, no entanto, por que a firma compareceu ao pregão se já sabia que não atendia as exigências do edital.
Outro ponto mal explicado é por que a Câmara pediu orçamento a duas empresas que não trabalham com painéis eletrônicos com sistema de votação. Uma delas é a Sistemath. A outra é a Spider Tecnologia. O diretor-geral do Legislativo alegou ter sido informado pelas empresas de que elas teriam tecnologia para prestar o serviço.
As empresas alegaram o mesmo à reportagem, mas reconheceram que não trabalham com sistema de votação. A Spider, por exemplo, informou ter prestado serviço semelhante apenas uma vez, há mais de 20 anos, e com a ajuda de uma parceira.
NOVA DENÚNCIA.
Nessa segunda-feira, o grupo de moradores chamado Amatau (Amigos Associados de Taubaté), que já havia denunciado o suposto direcionamento da licitação ao Ministério Público, levou o caso também ao TCE (Tribunal de Contas do Estado).
A Câmara e as empresas citadas -- Visual, Sistemath e Spider -- negam as supostas irregularidades..