A BII (sigla em inglês para a chamada ‘doença do silicone’), um tipo de problema que tem se tornado cada vez mais comum entre mulheres que fazem implantes, gera preocupação e provoca discussão entre médicos e especialistas.
Ainda não existe comprovação científica para esta doença, que não é reconhecida pela OMS (Organização Mundial da Saúde), muitas vezes é confundida com a ASIA (síndrome autoimune-inflamatória induzida por adjuvante), que consiste em desenvolvimento de doenças autoimunes em indivíduos geneticamente predispostos.
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Alguns dos sintomas relatados são dores crônicas, dores no peito, calafrios, cansaço, perda de cabelo e distúrbios do sono. Em muitos casos, apenas o explante (retirada do silicone) resolve o problema.
De acordo com estudo feito pelo renomado MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, implantes de silicone nos seios aumentam em 600% o risco de artrite, em 450% o risco de natimorto e em 400% o risco de câncer de pele.
Segundo FDA (Food and Drugs Administration, órgão regulador da saúde nos EUA) de 2018 para 2019 a colocação de próteses diminuiu 8% e de 2019 para 2020 diminuiu em 23%. Já o explante (retirada das próteses) aumentou em 12% de 2018 para 2019 e 9% para 2020.
CASO.
Em Taubaté, a cirurgiã plástica Fabiana Catherino já passou por isso há alguns anos e disse que acredita na doença. “Eu fui a paciente que passou por isso. Tive um quadro bastante agravado, inclusive com perda parcial da visão, tromboses de repetição, dentre os mais de 40 problemas de saúde que desenvolvi. E após dez dias de explante eu não tinha mais nenhum sintoma, minhas doenças entraram em remissão, inclusive retomei a visão”, disse a OVALE.
Ela lembra ainda que a doença do silicone é o processo que ocorre pelo vazamento do gel de silicone, “que ocorre com todos os tipos de prótese, causando uma toxicidade e um processo inflamatório”. “Ambas causam sintomas semelhantes”, disse, citando também a Asia.
Segundo ela, não há como evitar as doenças, a não ser que não coloque prótese. “Toda e qualquer prótese pode causar, independente da textura, do tamanho, da idade da paciente, do tempo que realizou a cirurgia”, explica Fabiana, que tornou-se referência em pacientes com Síndrome Asia/Doença do Silicone.
Ainda de acordo com a médica, próteses de glúteo também já estão descritas na literatura com mulheres diagnosticadas com essas doenças. “Há relatos da desencadear desde uma semana de prótese até mais de 15 anos depois”, disse a cirurgiã.
Falta de dados científicos não permite concluir relação com implantes, diz SBCP
A SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica), publicou uma nota em seu site no início do ano onde fala sobre a ‘Doença do Silicone’. De acordo com a entidade, a falta de dados científicos não permite concluir relação direta do BII (sigla em inglês para a doença) com implantes de silicone. “Precisamos auxiliar nossas pacientes a compreender que estudos têm sido realizados para estabelecer ou não a relação entre BII e implantes mamários, e que estes dados científicos não são obtidos na velocidade das mídias sociais”, diz o órgão.