Estudo

Exemplos citam aumento de até 135% no valor venal de imóveis em Taubaté

Por Julio Codazzi |
| Tempo de leitura: 3 min
Trecho de audiência pública para apresentar estudo da revisão da planta genérica de valores imobiliários de Taubaté
Trecho de audiência pública para apresentar estudo da revisão da planta genérica de valores imobiliários de Taubaté

A Prefeitura de Taubaté vai concluir nessa segunda-feira (22), a partir das 16h, uma série de duas audiências públicas para debater a revisão da planta genérica de valores imobiliários.

Na primeira audiência, na última quinta-feira (18), não foi explicado qual deve ser o aumento médio no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e no ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), que são dois impostos calculados com base na planta genérica.

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No entanto, os três exemplos apresentados durante a audiência mostraram aumentos de 100% a 135% no valor venal dos imóveis. Entre os casos citados, o maior percentual foi observado em um imóvel na Independência, que tem valor de mercado de R$ 265 mil, mas valor venal de R$ 104,2 mil atualmente. Com a revisão da planta nos moldes propostos, o valor venal passaria para R$ 245,5 mil, um aumento de 135,52%.

O segundo exemplo foi de um imóvel no Areão, que tem valor de mercado de R$ 270 mil, mas valor venal de R$ 120,2 mil atualmente. Com a revisão, o valor venal passaria a R$ 269,5 mil, um aumento de 124,11%.

O terceiro exemplo citado foi de um imóvel na Vila Jaboticabeira, que tem valor de mercado de R$ 1,1 milhão e valor venal de R$ 473,2 mil hoje. Com a revisão, o valor venal passaria para R$ 948,8 mil, um aumento de 100,49%.

REVISÃO.
A última atualização da planta genérica em Taubaté foi feita em 1997. Segundo a empresa Cta Geo, contratada pela Prefeitura para auxiliar nos estudos, a valorização imobiliária foi calculada mediante pesquisa em 1.340 imóveis (dos 130 mil existentes na cidade) e também na análise do ITBI pago em 2.400 transações feitas de 2018 a 2021. “A gente percebe uma concentração maior de valor na região da Independência e Avenida Itália e na região central”, disse Delano Marson Santos, representante da empresa.

Embora os impostos sejam calculados com base no valor venal dos imóveis, é provável que a Prefeitura adote limitadores para impedir aumentos em percentual muito elevado. “Não é algo que vai ser devastador. Pelo contrário, estamos desde o primeiro dia do governo buscando justiça social”, disse o secretário de Administração e Finanças, Fernando Amâncio de Camargo.

A intenção da Prefeitura é enviar o projeto à Câmara para votação ainda esse ano, o que resultaria em aumento no IPTU e no ITBI já em 2022.

ORÇAMENTO.
Embora ainda não tenha sido divulgada nenhuma estimativa de quanto seria o aumento nos tributos com a revisão da planta genérica, o projeto da LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2022 pode dar algumas dicas. No texto, o prefeito José Saud (MDB) prevê arrecadação de R$ 162 milhões com o IPTU no ano que vem, o que representa um acréscimo de 55% sobre o que havia sido projetado para 2021 (R$ 104,1 milhões).

No caso do ITBI, a receita estimada para 2022 é de R$ 22,99 milhões, o que representa um aumento de 23% sobre o montante projetado para esse ano (R$ 18,597 milhões).

MEMÓRIA.
A última tentativa de revisão da planta genérica em Taubaté ocorreu no fim de 2013, no primeiro ano do governo Ortiz Junior (PSDB). O projeto enviado à Câmara na época resultaria em um aumento médio no IPTU de 44,19%. Pelo texto, cerca de 14 mil contribuintes, de bairros como Jardim das Nações e Village, teriam reajuste de 60% no imposto. Já o menor aumento, de 10%, seria aplicado em bairros carentes, como o São Gonçalo.

Na época, a proposta provocou uma onda de críticas de vereadores e moradores, o que inviabilizou a votação do projeto no fim de 2013. Ortiz chegou a dizer que insistiria na medida em 2014, mas recuou em decorrência da crise financeira nacional, que se intensificou naquele ano.

Ao contrário de Taubaté, outros municípios, como São Paulo e São José dos Campos, têm leis que exigem a revisão periódica da planta genérica de valores imobiliários. Nos dois casos citados, essa atualização precisa ser feita a cada quatro anos, sempre no primeiro ano de mandato dos prefeitos – ou seja, a última foi em 2021 mesmo.

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