
Não é novidade que a velocidade é um dos principais fatores de risco relacionados a acidentes e óbitos no trânsito. No entanto, um atropelamento no trânsito com o veículo em movimento a uma velocidade de apenas 30 km/h provoca um dano equivalente a uma queda do segundo andar de um edifício.
Na velocidade de 60 km/h, por exemplo, o acidente corresponde a uma queda do 6º andar. O pedestre tem 98% de chance de vir a óbito.
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O estudo foi revelado por Adriana Jakovcevic, especialista argentina em Segurança Viária na WRI Brasil, que participou de webinar do Detran (Departamento Estadual de Trânsito do Estado de São Paulo) em parceria com a Iniciativa Bloomberg para Segurança Global no Trânsito.
“A velocidade com que o condutor dirige um veículo está diretamente relacionada ao risco dos incidentes e a gravidade do sinistro. Uma redução de até 5% na velocidade média do veículo pode resultar em 30% menos sinistros fatais. É extremamente necessário que tenhamos em todo o mundo cada vez mais ações de conscientização no trânsito para melhorarmos acidentes e óbitos no trânsito”, disse Adriana.
Em São Paulo, o programa ‘Respeito à Vida’ recebeu investimento de aproximadamente R$ 114 milhões em segurança viária nos últimos anos, com 10 mil intervenções viárias. A estimativa para 2022 é que cerca de R$ 500 milhões sejam investidos.
GRÉCIA
Especialista Internacional em Segurança Viária e Transportes na Grécia, George Yannis relatou que seu país superou a meta com uma queda de 56% nas mortes e uma diminuição de 60% nos feridos graves em sinistros de trânsito. Já a taxa de fatalidades por milhão de veículos diminuiu 59% desde 2008.
“A Grécia pode ser um ótimo exemplo para o Brasil, pois progredimos muito para a diminuição de óbitos no trânsito. É preciso identificar os problemas e propor soluções. O principal plano de mobilidade aplicado na Grécia para a diminuição nas mortes no trânsito foi um grande upgrade da malha viária para melhorar a segurança viária. Mas precisamos melhorar. Nosso objetivo agora é reduzir em até 50% as lesões graves no trânsito. Mas para isso acontecer é preciso de um comportamento adequado de todos que participam do trânsito”, afirmou Yannis.
Coordenador de Vigilância de Dados pela Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global, Diego Vargas explicou que Bogotá, capital da Colômbia, reduziu o número de fatalidades no trânsito em 17%, passando de 606 mortes em 2014, para 506 em 2019.
Já nas taxas por 100 mil habitantes, no mesmo período, houve uma diminuição de 20%, passando de 8,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2014 para uma taxa de 6,7 óbitos em 2019.
“Tivemos uma mudança de filosofia para melhorar os índices de Bogotá.Com melhores políticas públicas, foi possível que tivéssemos uma redução de óbitos no trânsito. Um dos avanços que tivemos nos índices de óbitos foi à implantação da redução da velocidade máxima nas vias e um trabalho com os pedestres. Com melhores sinalizações, tivemos menos óbitos e isso ajudou na sinistralidade nos últimos anos”, disse Vargas.