Leila Paes

Ser bom vale a pena?

Entre todos os conflitos que expõem a face cruel da natureza humana, temos agora a guerra, fruto da invasão cruel e sanguinária da Rússia na Ucrânia

Por Leila Paes, pastora e psicóloga | 06/04/2022 | Tempo de leitura: 3 min

Há muitas instabilidades e guerras acontecendo no mundo agora. O jornal A Folha de São Paulo diz de 28 conflitos em atividade nesse ano, 2022[1].  Temos desafios tão grandes, inclusive uma tomada de decisão urgente. Podemos pender entre a autoproteção, que pode trazer um risco, de nos levar a um certo “congelamento” de sentimentos e a tentativa de “levar a vida” do modo mais normal possível, como se o mal não estivesse acontecendo, o que é, em muitos casos, uma reação instintiva para sobrevivência, ou intencionalmente nos voltarmos à solidariedade que pode ser até extravagante.

Entre todos os conflitos que expõem a face cruel da natureza humana, temos agora a guerra, fruto da invasão cruel e sanguinária da Rússia na Ucrânia. Há relatos de maldade tão intensos que é difícil acompanhar, gerando uma onda de 4 milhões de refugiados pela Europa e mundo afora. Os motivos políticos e ideológicos não deveriam ser usados para destruição tão intensas. Já vimos isso em tantos países... Como o mundo poderia se tornar menos selvagem?

Já disseram que não podemos mudar algo fora do alcance das nossas mãos, mas podemos mudar aquilo que alcançamos. Recebemos na nossa São José famílias de refugiados; eles fugiram da sua Terra, forçadamente. Eles fugiram para salvar sua vida, e de seus filhos... E estão aqui, em nossa cidade.

Tem sido tocante ver como nossa cidade tem se voltado para solidariedade, para a bondade. Essas famílias têm sido alcançadas com o repartir amoroso de muitos... Oito apartamentos estão sendo montados com o amor e a doação, para a moradia dessas famílias, mães, avós, filhos, tias... Temos esperança de que os pais também venham um dia.

Qual será a maneira de enfrentarmos a crueldade, a polarização, a intolerância, a falta de misericórdia?  É a bondade. Sempre foi e continuará sendo o repartir, o estender a mão, o abraço, o gesto solidário. A bondade não olha quem, só se é bom, e pronto. A generosidade não olha limitações, apenas doa e pronto. A compaixão não escolhe quem, apenas olha com o coração, e pronto. Até mesmo antes de palavras.

Que o nosso coração sempre tenha olhos para ver o ser humano que está por detrás da desgraça que o atingiu.  Leio no Novo Testamento, parte das Escrituras Sagradas, o seguinte norte para todos nós: quanto a vocês, irmãos, nunca se cansem de fazer o bem (2 Tessalonicenses 3:13). Obviamente isso nos foi dito porque o cansaço impede, não somente de fazer o bem, mas também muitas outras coisas. Que não seja assim conosco. Que a presença de Jesus nos dê a graça da renovação da bondade, da compaixão, e a mão será estendida mais uma vez, mesmo que desilusão e decepção tenham cruzado nosso caminho. Lavaremos os olhos de toda imagem decepcionante e os ouvidos de toda palavra ferina, nos fixaremos no maior motivo de todos para amar: sempre vale a pena. Não tanto a respeito de quem recebe o bem que faço, mas muito mais por mim, que aprendo a ser mais humano, e mais próximo de todo bem que Jesus me inspira a viver, afinal é tempo de Páscoa, é tempo de paz! Faça sua parte!

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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