
Na semana passada, a sister Maria foi expulsa da edição 2022 do BBB (Big Brother Brasil) após agredir Natália durante o Jogo da Discórdia, quando acertou um balde com força na cabeça da colega e gerou grande repercussão.
Mas, o que leva alguém a reagir com violência física? A psicóloga Aline Shmathz, de São José dos Campos, ressalta que as causas da agressividade geralmente estão associadas a questões comportamentais, mas também podem estar associadas a fatores genéticos. “Em relação ao comportamento, a forma que a pessoa interpretou o ocorrido pode ter sido o fator determinante para a agressão, pois a raiva normalmente está associada a percepção de ameaça, provocação, agressão, injustiça, frustração e até mesmo rejeição ou desmerecimento”, disse.
“E em relação a genética, estudos que demonstram que os comportamentos agressivos podem estar ligados a uma produção de serotonina em níveis abaixo do habitual ou até mesmo a combinação de altos níveis de testosterona e baixos níveis de cortisol podem gerar comportamentos agressivos”, ressalta a especialista.
Segundo Aline, no caso do BBB a razão pode ter sido pela sensação de ameaça e provocação que ela possa ter sentido em relação a discussão pautada. “A sister mencionou ter problemas com agressividade tendo mais propensão a sentir raiva e demostrar isso de forma mais intensa que outras pessoas. Porém não podemos descartar que o fato do jogo ser ligado a aceitação das pessoas pode ter ampliado esse sentimento já que poderia caracterizar uma exclusão social ou um cancelamento dentro e fora da casa”, disse.
Segundo a especialista, saber como agir em momentos de dificuldade e melhorar os relacionamentos interpessoais depende de como os pensamentos, os sentimentos e as atitudes são gerenciados. “Sendo assim, o primeiro passo para ter mais inteligência emocional é reconhecer o que está sentindo, identificar seus pensamentos e seus principais gatilhos. Assim, podemos encontrar maneiras de controlar os impulsos e as emoções antes de tomar decisões ou dizer alguma coisa”, afirmou.
Tendência agressiva faz parte da natureza humana, diz psicóloga
A também psicóloga Evelyn Dantas, de São José, disse que a tendência agressiva faz parte da natureza humana, porém a forma como o ambiente lida com a agressividade do bebê irá influenciar na forma como o indivíduo vai lidar com essa tendência na vida adulta. “Quando a agressividade não é integrada de forma satisfatória o indivíduo pode tanto escondê-la por meio da timidez e do autocontrole (autoagressão) ou, por outro lado, manifestar comportamento anti-social, destrutivo ou violento (agressão)”, disse. Segundo ela, não podemos estabelecer uma relação de causalidade entre a competitividade e o comportamento da participante. “Porém, é inegável que eles estão participando de um jogo competitivo e são submetidos a situações de estresse, pressão, desgaste emocional e conflitos nas relações que influenciam na tomada de decisões e nos comportamentos”, afirmou. “Contudo, somente na terapia poderíamos avaliar se essa situação foi isolada e consequência da atmosfera do jogo ou se existe algo mais como algum transtorno (ex.: ansiedade, depressão, transtorno explosivo), dificuldade de lidar com frustração ou na comunicação assertiva, ou ainda, se existem mágoas e ressentimentos do passado afetando o presente”, disse. Segundo a especialista, a princípio é importante reconhecer e identificar as situações estressoras e pensar em estratégias para evitar ou amenizar essa situação. “No momento do surto de raiva, por exemplo, respire fundo e se afaste da situação ou pessoa que está provocando o estresse para evitar comportamentos impulsivos e tente mudar o foco da sua atenção para algo que ajude a se acalmar como ouvir uma música, praticar atividade física, meditar e etc. Para além desses momentos de crise é importante investigar o que está por trás desse comportamento e para isso é recomendado que procure auxílio de psicóloga(o)”, finalizou.