Acabou! É penta! É penta! Acabou! O Brasil é pentacampeão mundial! 2 a 0 em cima da Alemanha!". Assim narrava Galvão Bueno, da Rede Globo, na transmissão da final da Copa do Mundo de 2002, em Yokohama, no Japão. Era o dia 30 de junho - 18 anos atrás.
Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho, Cafu, Roberto Carlos, Roque Junior (este revelado pelo São José oito anos antes), entre outros nomes fizeram parte daquele time comandado pelo técnico Luís Felipe Scolari. Com oito gols, o 'Fenômeno' foi o artilheiro daquele Mundial, que marcou a grande volta por cima do craque.
Naquela manhã de domingo, a avenida 9 de julho, em São José dos Campos, tradicional reduto de comemorações esportivas, estava tomada de gente vestida de verde e amarelo - por conta do fuso horário, a partida começou às 8h. Foi uma festa matinal! Aliás, no país inteiro.
Era uma equipe de respeito, embora tivesse chegado à Copa sob forte desconfiança, após muito sofrimento nas eliminatórias. Porém, o que não dava para imaginar era que aquele seria o último título da Seleção Brasileira. Depois disso, vieram os fracassos em 2006, 2010, o fatídico 7 a 1 de 2014 e, por fim, a Copa de 2018. Assim, aquele time de 2002 ficou marcado como a última geração vitoriosa do futebol brasileiro.
A equipe 2002 ficou marcada também pela superação e pelos recordes conquistados. E que a nova geração de torcedores não teve a oportunidade de ver ao vivo.
VOLTA FENOMENAL.
A campanha do Brasil na Copa de 2002 teve um capítulo à parte: Ronaldo. Na época, ainda chamado de 'Ronaldinho' pela maioria. Aos 25 anos, parecia acabado para o futebol, apesar da pouca idade. As lesões no joelho faziam muitos acreditarem que ele já não poderia mais jogar em alto nível.
No final de 1999, passou pela primeira cirurgia nos ligamentos do joelho direito. E, em abril de 2000, logo no seu primeiro jogo, novamente rompeu novamente os ligamentos no mesmo joelho, quando jogava pela Internazionale (ITA), em uma cena que impressionava. Com a patela fora do lugar, parecia o fim. Veio uma nova cirurgia, nos Estados Unidos, e o retorno aos gramados apenas em 2001.
Ele foi convocado para a Copa, ainda sem estar 100% e, em campo, simplesmente fez história: marcou oito gols (incluindo os dois da final) e se igualou a Pelé em número de gols em Copas - 12, até então.
E o corte de cabelo 'estilo cascão', na final do Mundial, foi seguido por muitos meninos naquela época. Tempos que ficaram para trás e na lembrança dos torcedores, que sonham ver uma outra geração vitoriosa como aquela de 2002.
“A minha grande vitória era voltar aos campos, voltar a jogar futebol, marcar gols. A conquista do penta veio coroar minha luta durante o período de recuperação", disse o craque após o jogo.
FAMÍLIA SCOLARI.
Felipão assumiu a Seleção Brasileira durante as eliminatórias, após os fracassos de Vanderlei Luxemburgo e Emerson Leão. Aos trancos e barrancos, conseguiu a classificação na última rodada. E, em 2002, veio a polêmica: convocar ou não o atacante Romário? O campeão mundial de 1994 já estava com 36 anos e acabou ficando de fora da lista. Frustração para muitos torcedores. Porém, o treinador conseguiu fechar o grupo e formou a chamada 'Família Scolari'. Deu certo.
Em sete partidas, foram sete vitórias: Turquia, China e Costa Rica na primeira fase; Bélgica, Inglaterra, novamente Turquia e Alemanha no mata-mata. Será que o hexa vem em 2022?