A pandemia avança, a economia afunda e é impossível não falar, neste momento, no Brasil, sobre o doido da cloroquina e sobre seus desmandos e de seus familiares.
E é preciso falar também sobre a maluquice de tantos brasileiros, em exposição frenética à Covid-19 nas ruas e aglomerações, todos eles magnetizados pelas sandices do presidente.
Já dizia Simão Bacamarte, este personagem tão singular de Machado de Assis, em O Alienista: "A loucura era até agora uma ilha perdida no oceano da razão; começo a suspeitar que é um continente."
Como já disse, o essencial, na narrativa dos bolsonaros, é desqualificar a verdade. Nas minhas leituras de Foucault, um dos textos que mais me fascinaram foi a análise do comportamento de um criminoso em "Eu Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão". "O sujeito, preso na armadilha, por seu turno também arma uma: ele se deixa prender de maneira a estabelecer a incerteza dos médicos e dos magistrados, numa espécie de indecidível universal da loucura (...). Tudo é dito, com efeito, para que a prova se volte contra ela mesma."
Fato: o clã Bolsonaro tem agora, em Queiroz, o seu corrupto de estimação, preso em Bangu 6. Junto com Cabral e Pezão.
Morre por terra, simbolicamente, o último bastião do discurso bolsonarista: "nunca fomos corruptos, nunca estivemos envolvidos em esquemas envolvendo dinheiro público".
Diz o MP: Flávio, o Zero 1, usava Queiroz para arrecadar grana de funcionários fantasmas da Assembleia. E fantasmas assombravam também o gabinete de Bolsonaro em Brasília.
As provas são fartas e irrefutáveis. Para sujeitos voluntariamente deslocados do eixo da realidade, infelizmente, podem significar coisa alguma.
Queiroz será novamente a pobre vítima da Justiça? O Zero Um voltará a afirmar que jamais poderia desconfiar que o braço direito de seu pai desviava dinheiro de maneira ilegal?
O Twitter do Carluxo nos dirá. Mas o xilindró está irremediavelmente associado à família que hoje rege o destino de 220 milhões de brasileiros..