Editorial

Bolsonaro é a fraude

Em mais um ataque às instituições e também à democracia, presidente volta a contestar, sem provas, o sistema eleitoral

31/07/2021 | Tempo de leitura: 2 min

Fraude. Segundo os dicionários, é a definição de ato de má-fé que tem por objetivo fraudar ou ludibriar alguém; de mentira ardilosa; daquilo que não é verdadeiro.

Fraude. É o que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), diz ter ocorrido nas eleições para o Palácio do Planalto em 2014 e 2018. Sem qualquer embasamento minimamente coerente, o atual comandante do país afirma que venceu a disputa de três anos atrás ainda no primeiro turno. E que, sete anos atrás, o eleito foi Aécio Neves (PSDB), e não Dilma Rousseff (PT).

Fraude. Ao menos desde março de 2020, Bolsonaro diz que apresentará provas de fraude nas eleições. Desde então, no entanto, em ao menos duas ações judiciais que contestam as declarações do presidente, a AGU (Advocacia-Geral da União) alegou que as falas de Bolsonaro "não externaram a vontade da administração pública" e que são meros "comentários pessoais".

Fraude. Foi o que, após mais de 500 dias desde sua primeira declaração a respeito, Bolsonaro prometeu comprovar. As provas de irregularidades nas eleições, segundo o presidente, seriam apresentadas em uma live na última quinta-feira (29). Em cerca de duas horas, porém, foram reproduzidas apenas teorias que circulam há anos na internet e que já foram desmentidas anteriormente. No fim, ainda reconheceu que não tinha prova alguma, e sim apenas "indícios" de que as urnas eletrônicas não seriam invioláveis.

Fraude. Foi o que o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (a quem Bolsonaro já disse um humilhante 'I love you', que obviamente não foi correspondido), afirmou ter ocorrido na eleição de novembro de 2020, quando foi derrotado por Joe Biden.

Fraude. Essa era a principal estratégia de Trump nos EUA. O então presidente norte-americano, ciente de que a reeleição era improvável, disseminou essa ideia meses antes da disputa, apostando que poderia dar um autogolpe e garantir, à força, sua permanência na Casa Branca. Foi abandonado até por aliados. Mesmo assim, seus passos são repetidos por Bolsonaro, que sabe que a derrota em 2022 é bastante provável.

Fraude. Bolsonaro é uma. E isso já está mais do que provado. Uma fraude que ameaça a democracia, e que precisa ser combatida energicamente.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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