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Chanel: "A melhor cor do mundo é aquela que fica bem em você"

Por Renata Del Vecchio |
| Tempo de leitura: 3 min
A estilista francesa Coco Chanel
A estilista francesa Coco Chanel

Gabrielle Bonheur Chanel é a identidade quase secreta por trás de uma das personalidades mais icônicas da história da moda, a Coco Chanel. Se já no século 20 a estilista francesa defendia que uma garota deveria ser o que ela quisesse, hoje estaria satisfeita ao perceber como as mulheres se apropriaram do batom vermelho, um item que nem sempre foi bem visto, porém, ao longo da história, esteve presente em uma série de revoluções como um símbolo de força e poder. 

Por todo vigor que o batom vermelho confere ao presente disruptivo das mulheres, a Vivacità traz no logo a tonalidade “Coco Gabrielle 444”, que homenageia a revolucionária da moda e o público feminino que com o cosmético nos lábios, se sente com mais autoestima e autoconfiança. 

“O batom que nós conhecemos, em formato de bastão, é algo muito recente, do século 20. Anteriormente, eram brilhos em potes, à base de cera, usado até mesmo por homens. Isso vem desde os povos mais antigos, dos mesopotâmicos aos egípcios, que usavam materiais altamente perigosos à saúde, mas obviamente não sabiam, pelo diferencial da cor”, explica João Braga, professor de História da Moda da FAAP. 

Se hoje existe um batom vermelho para cada ocasião, nem sempre foi assim. No passado, não era permitido às mulheres da alta sociedade o uso de qualquer tipo de maquiagem. Colorir os lábios era atributo de atrizes do teatro ou meretrizes, uma vez que o batom era tido como uma tática de sensualidade, portanto, algo promíscuo. 

Revolução. Neste sentido, Gabrielle Bonheur Chanel teve um papel fundamental ao fazer da moda um incentivo à mulher emancipada e, por consequência, livre para se maquiar e usar batom. 

“A Chanel se inspirou na funcionalidade dos trajes masculinos, se tornando à época a maior representante da moda. Ela captou um movimento do século 19, onde os homens deixaram de se enfeitar para ir produzir, se tornando mais austeros, abandonando brincos e saltos, enquanto as mulheres se enfeitavam cada vez mais. Então, ela faz uso dessa praticidade masculina, mas sem se esquecer da feminilidade”, contou João Braga.  

Pela representatividade histórica, a estilista francesa disseminou mais que moda, deixando como legado um estilo de vida que abriu espaço para uma nova realidade social, onde as mulheres também passaram, por exemplo, a ir trabalhar.  “A Chanel queria uma mulher independente e dona do próprio nariz. Essas premissas foram fundamentadas por ela de forma muito marcante”, disse. 

No início do século 19, o batom que conhecemos hoje passa a ser industrializado e as cores mais intensas como o vermelho carmim viram hit entre as mulheres. Anteriormente, também é importante ressaltar que as bocas já apareciam bem marcadas como resultado da vaidade feminina para sair bem na foto preta e branca. 

“Por volta de 1920, o batom vermelho também esteve presente através da ‘boquinha de coração’, onde não se passava o batom nos lábios por completo e se acentuava mais no centro, dando a ideia de a boca ser um coração”, lembrou o professor. 

Representantes. Ao longo da história, importantes figuras femininas também colaboraram para que o batom vermelho acompanhasse as mulheres em momentos de luta pela independência e direitos femininos. Marilyn Monroe foi uma delas nos anos 50, até chegar a outras referências mais recentes como Madonna e Lady Gaga. 

“Se você for a um estabelecimento francês e pedir um batom ele vai te dar um bastão. Por lá, ele é chamado de ‘rouge à lévres’, que significa vermelho para os lábios, outra simbologia que o batom tem, de conferir aquele aspecto de saúde”, finaliza João Braga.

 

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