Feminismo

Victoria’s Secret e o fim da era ‘Angel’ contra o machismo e a gordofobia

Por Renata Del Vecchio |
| Tempo de leitura: 2 min
Modelos da Victoria’s Secret
Modelos da Victoria’s Secret

A palavra anjo vem do grego “ággelos” e significa mensageiro. Fazendo jus ao significado do nome, as ‘angels’ da Victoria’s Secret agora trazem uma boa notícia: saem de cena para dar espaço a mulheres ativistas, que possam comunicar o desejo da marca de se distanciar do machismo e da gordofobia, reforçando que as mulheres devem ser reconhecidas pelas próprias realizações e não pelas proporções do corpo.


No lugar das modelos mais bem pagas do mundo, conhecidas por terem corpos de Barbie e pelas asas exuberantes de pedrarias, estão mulheres com perfis diversificados, engajadas em causas feministas: a jogadora de futebol Megan Rapinoe, 35 anos, que levanta a bandeira da igualdade de gênero; a esquiadora Eileen Gu, futura atleta olímpica, 17 anos; a modelo birracial Paloma Elsesser, 29 anos, defensora da inclusão e da diversidade; e Priyanka Chopra Jonas, atriz indiana, 38 anos.


Juntas elas têm a missão de transformar o perfil da marca, que ao longo da história vendeu a imagem de mulheres sexies, perfeitas e seminuas, capazes de atiçarem a fantasia masculina com lingeries, tendo sido duramente criticada nos últimos anos por conta do dono Jeffrey Epstein que foi acusado de tráfico sexual de menores, além de revelações sobre uma cultura corporativa arraigada de misoginia, intimidação e assédio.


Segundo o CEO da empresa, Martin Waters, a Victoria’s Secret quer se tornar uma defensora global do empoderamento feminino. "Quando o mundo estava mudando, demoramos muito para responder. Precisávamos deixar de ser sobre o que os homens querem e ser sobre o que as mulheres querem", declarou.


Se as ativistas vão atender à expectativa de venda da Victoria’s Secret ainda é cedo para dizer. O fato é que a grife, que nunca celebrou o Dia das Mães, com a premissa de que peças íntimas para gestantes não são sexies, finalmente lançou uma campanha neste ano, com modelo grávida e sutiã de amamentação. 


Nova era. As novas mulheres vão aconselhar a marca, alternadamente, aparecendo em anúncios e promovendo a marca no Instagram. A Victoria’s Secret também anunciou que está formando um conselho de administração na qual todas as cadeiras, exceto uma, serão ocupadas por mulheres. 


E quanto aos anjos? Bem, segundo o CEO, só mesmo se for para trazer boas novas: “No momento, não vejo isso como sendo culturalmente relevante. Eu sabia que precisávamos mudar essa marca há muito tempo, apenas não tínhamos o controle da empresa para ser capaz de fazer isso", disse Martim Waters.

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