Política

Pivô de denúncia de fraude na prefeitura de São José ganha cargo com deputado

Por Da redação@jornalovale |
| Tempo de leitura: 2 min
Nomeação. O deputado federal Milton Vieira defendeu o assessor
Nomeação. O deputado federal Milton Vieira defendeu o assessor

Denunciado pelo Ministério Público à Justiça em julho de 2018, um ex-funcionário comissionado da Prefeitura de São José dos Campos que é acusado de ser o pivô de um esquema que fraudava compras da antiga SSM (Secretaria de Serviços Municipais) ganhou um cargo no gabinete do deputado federal Milton Vieira (PRB), que tem a cidade como domicílio eleitoral.

Edmar de Jesus Pereira foi nomeado para o cargo de secretário parlamentar no dia 9 de abril de 2019. Segundo a Câmara dos Deputados, recebe salário de R$ 1.631,72.

De acordo com a denúncia de improbidade administrativa feita pelo MP, Pereira coordenou entre 2013 e 2015 um esquema para superfaturar pagamentos de materiais como areia e pedra que eram adquiridos pela antiga secretaria. O prejuízo no período teria chegado a R$ 900 mil.

Pereira foi demitido em março de 2015 da prefeitura, após ser gravado enquanto tentava 'recrutar' outro funcionário para o esquema. Esse outro servidor, que gravou a conversa, afirma que Pereira havia sido nomeado chefe de divisão na 'cota' do PRB, mesmo partido do deputado federal.

O MP pede que os envolvidos no esquema sejam condenados a restituir o valor ao município e à perda da função pública. O caso ainda não foi julgado pela 2ª Vara da Fazenda Pública de São José.

Ao jornal, Milton Vieira afirmou que não tinha, "até o presente momento, conhecimento dos fatos", e que "neste período, de cerca de três meses de sua nomeação, [Pereira] sempre se portou de maneira exemplar, não sendo do meu conhecimento nada que possa desaboná-lo". Vieira alegou que Pereira "negou seu envolvimento ou participação em quaisquer ilicitudes", que o assessor é "uma pessoa cristã, ligada ao meio evangélico", e que "afastá-lo neste momento seria uma atitude truculenta e despropositada, pois não existe efetivamente nenhuma decisão judicial que embase tal iniciativa".

O advogado de Pereira, Eduardo Luís Magalhães Leme, também disse que o cliente alega ser inocente. "Ele nega participação nos fatos descritos pelo Ministério Público".

Comentários

Comentários