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No último ano de governo, Ortiz diz que Taubaté superou dificuldade

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Último ano dele. Ortiz Junior (PSDB), o prefeito de Taubaté
Último ano dele. Ortiz Junior (PSDB), o prefeito de Taubaté

Após sete anos de governo, o prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), entra em 2020 no oitavo e último ano de sua gestão. Em entrevista ao jornal, o tucano falou sobre obras que pretende concluir ainda esse ano, promessas não cumpridas e problemas na Saúde e na Educação.

O senhor terá em 2020 seu oitavo e último ano à frente da prefeitura. Que balanço faz do governo até agora?

Conseguimos superar as dificuldades em um momento de recessão econômica e fazer dois mandatos voltados ao desenvolvimento de Taubaté, com prioridade para a saúde, educação e segurança. Recuperamos a capacidade financeira da prefeitura, conquistamos a confiança de investidores e fornecedores. Buscamos uma gestão eficiente, com a economia de recursos e respeito às contas públicas. Dotamos Taubaté de uma infraestrutura para permitir ao município avançar com qualidade de vida. E temos grandes entregas para este, como o AME (Ambulatório Médico de Especialidades), a nova ala com 40 leitos no HMUT (Hospital Municipal Universitário), a unidade da rede Lucy Montoro, centros de idosos, escolas técnicas, creche, obras viárias e de combate a enchentes, além de um novo parque de iluminação pública com lâmpadas Led. O conjunto de obras e serviços entregues ao final de 2020 será importante para a cidade.

A principal vitrine desse segundo mandato são as obras do CAF. O que será possível entregar ainda esse ano e o que ficará para o próximo prefeito fazer?

Já entregamos a bacia de contenção de enchentes do Parque Três Marias e concluímos obras de drenagem nos bairros Chácara Ingrid, Água Quente, Parque Aeroporto, Jardim Eulália, Estiva, São Gonçalo e Santa Teresa. Temos 160 quilômetros de vias recapeadas em 375 ruas e avenidas. Esperamos concluir até o final deste ano a bacia de contenção de enchentes do Baronesa, o novo viaduto da Independência, a revitalização da SP-62 e os novos sistemas viários do Quiririm e do Barreiro, bem como parte dos parques lineares contratados.

Ainda com relação a obras, foi anunciada no ano passado a intenção de construir uma ponte estaiada na Charles Schneider e de duplicar o viaduto da CTI. Isso começa a sair do papel até o fim de 2020?

Os projetos para viabilizar essas duas importantes obras estruturais estão em andamento para que possamos deixar tudo pronto para abertura de licitação. O recurso vem das economias geradas nas licitações anteriores, nas quais os descontos passaram de 30%.

A partir de quando a GCM deve passar a usar armas de fogo? E como evitar que aconteçam excessos por parte dos agentes?

Todo o planejamento foi feito para que parte da GCM comece a atuar com armamento a partir do primeiro trimestre deste ano. Priorizamos a seleção e o treinamento dos integrantes da guarda para que esta atividade seja desempenhada de forma segura, técnica e profissional. Parte importante do treinamento foi realizada pela Polícia Militar. Instituímos também uma Corregedoria para apurar excessos e punir pelos desvios de conduta.

Tanto na eleição de 2012 quanto na de 2016 o senhor prometeu acabar com o déficit de vagas nas creches, mas a lista de espera ainda tem mais de 750 crianças. Como o senhor pretende resolver esse problema em 2020?

A lista de espera sofre flutuações de forma dinâmica. Em outubro do ano passado, por exemplo, tínhamos uma lista com 1.848 crianças que foi reduzida para 196 crianças em relação a vagas de berçário e maternal I e II. Deste total, a grande demanda reprimida era a de 1.267 bebês aguardando por vaga em berçário. Com a publicação da nova lista de chamadas, esse número ficou reduzido a zero. E foi a segunda vez que zeramos, pois no final de 2016 conseguimos absorver 100% da demanda. Mais recentemente, estávamos neste início de ano com uma fila de 1.162 inscritos e conseguimos uma redução para 543 com a oferta de 195 vagas de berçário, 247 vagas de maternal I e 177 vagas de maternal II. Entregamos, entre 2013 e 2019, oito novas unidades de educação infantil nos bairros Vila São José, Vila Aparecida, Estoril, Santa Helena, Portal da Mantiqueira, Jardim Oásis, Fazendinha e Hípica Pinheiro. Também temos duas unidades destinadas ao ensino fundamental, que atendem crianças da educação infantil nos bairros Jaboticabeiras e Jardim Continental. Todas as 64 unidades de educação infantil foram revitalizadas nesse período, sendo que 16 delas passaram por ampliação. Há ainda a previsão de mais uma nova escola a ser entregue em 2020 no loteamento Residencial Bardan.

Em 2016, já em plena crise, o senhor inaugurou um espaço onde funcionaria o Parque Tecnológico. Três anos e meio depois, nada funciona no local. Houve um erro de avaliação por parte do governo?

O Parque Tecnológico de Taubaté foi desenvolvido como um projeto de longo prazo, sem qualquer prejuízo aos cofres públicos. O lançamento da pedra fundamental do Parque Tecnológico se deu em dezembro de 2014, antes dos primeiros reflexos da crise econômica. Cabe à Prefeitura de Taubaté fortalecer parcerias para buscar novos arranjos produtivos e alternativas ao desenvolvimento. Em setembro do ano passado, por exemplo, lançamos em parceria com a Unitau (Universidade de Taubaté) o HITT (Hub de Inovação em Tecnologia de Taubaté), com a implantação de ambientes inovadores para a atração de startups em saúde, educação e segurança cibernética.

Em maio de 2019 a prefeitura assumiu a gestão do Hospital Universitário. Desde então, são constantes as reclamações de falta de materiais e precarização da estrutura. Para o senhor, o saldo é positivo?

A precarização da estrutura onde funcionava o Hospital Universitário de Taubaté foi comprovada em maio do ano passado, como herança negativa do período de gestão São Camilo. No momento em que a prefeitura assumiu a gestão, encontrou rachaduras, vazamentos, fiações expostas, maquinário quebrado, sujeira e entulho acumulados, paredes mofadas, telhados destruídos, piso estragado, além de leitos desativados. E o pior. Levantamos os dados de atendimento de especialidades médicas e o que falávamos se confirmou: nem 25% das vagas eram cedidas para os taubateanos. Aos poucos, todos esses problemas estão sendo resolvidos para que o taubateano tenha um local adequado para sua internação com todo o conforto e qualidade. Os materiais utilizados pela SPDM (Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina) são os mesmos empregados em outros hospitais da região, portanto consideramos pontuais eventuais queixas sobre isto. Mantemos um constante contato com os estudantes de medicina da Unitau para que estes sejam informados de todos os esforços em prol da melhoria do HMUT. Os benefícios para a população são expressivos. Para se ter uma ideia, a UPA Central chegou a ter 90 pacientes internados aguardando vaga de clínica médica, no dia 30 de abril de 2019. Atualmente, o número é em média de 15 e já houve casos em que a demanda diária foi completamente absorvida, zerando a espera por leitos. Aumentamos pra 700 altas hospitalares e temos condições de ampliar mais 40 leitos nos próximos meses, zerando a fila de espera das Upas para baixa e média complexidade. Alta complexidade continua sendo cuidada no Hospital Regional.

Assim como no Hospital Universitário, há reclamações de atraso nos salários de outras categorias terceirizadas, como os médicos que atendem nas unidades de urgência. Qual a situação financeira da prefeitura?

A Prefeitura de Taubaté faz os repasses dentro dos prazos estabelecidos pelos contratos.

O senhor recebe críticas, desde o primeiro mandato, pelo investimento feito em equipes de alto rendimento, como os times de vôlei e handebol. Houve algum excesso nessa política?

Muito pelo contrário. A captação de recursos para viabilizar o custeio das equipes se dá por meio da iniciativa privada, com apoio da administração municipal. 70% dos recursos dos maiores projetos são exclusivamente privados. E os atletas que integram as equipes de alto rendimento de Taubaté desempenham um importante papel como indutores de condutas e exemplos aos jovens das categorias de base. Temos em Taubaté desde 2013 nossa Eafi (Escola de Atletas e Formação Integral), que hoje conta com 300 alunos. Esse programa que possibilita aos alunos-atletas uma formação completa e oferece seis modalidades olímpicas. Já o Comum-Unidade em Ação conta com 11 projetos, englobando modalidades de dança, ginástica, natação, caminhada/corrida, esportes com bola, entre outros. Atendemos cerca de 9.000 pessoas com idades variadas.

Muitos dos principais nomes do seu governo são apontados como candidatos à sucessão do senhor em outubro. Como fazer para que essa disputa interna não atrapalhe o último ano de sua gestão?

Deixamos claro a todos os integrantes da administração municipal que temos muito trabalho pela frente e muitas entregas pra cumprir até o final do ano.

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