
Uma cobra rosa, falante, engenhosa e que sabia exatamente o que queria. Essa era Celeste, uma das personagens mais icônicas da série infantil Castelo Rá-Tim-Bum.
O carisma era tanto, que a cobra parecia até gente e o boneco, manipulado pelas mãos do ator Álvaro Petersen, parecia de verdade.
As audições para escolher a voz de Celeste priorizavam mulheres para assumir o papel. Contudo, Petersen, que já trabalhava na TV Cultura, foi o único que conseguiu dar vida à cobra falante.
Ele se inspirou no jeito de falar de uma das produtoras da série, com sotaque carioca e jeito manso de falar. Petersen já tinha experiência em manipulação de bonecos, que fazia no programa Bambalão da TV Cultura, conseguiu o papel que ficou marcado na história da televisão.
"Celeste era um personagem sem pernas e braços, como ela se queixava sempre. Para dar o movimento preciso para ela, pedi para que incluíssem as pálpebras que se moviam, para dar mais expressão ao boneco", conta o ator Álvaro Petersen em entrevista a OVALE.
Petersen ficava dentro da árvore em que Celeste vivia, lugar em que manipulava o boneco por horas à fio. Ele conta que diversas vezes foi "esquecido" pela equipe dentro da árvore. A atuação era tão boa, que a cobra Celeste ficava ali, viva no saguão principal do castelo.
Depois de anos da exibição do Castelo Rá-Tim-Bum, Petersen ainda recebe o carinho do público. "São pessoas tiveram um momento lúdico na infância com o programa. É muito gratificante saber que eu participei desse momento especial. É como se a Celeste ainda estivesse viva", disse o artista.
O artista, que também interpretava e dava voz ao personagem Godofredo, conta que passava horas no estúdio de gravação da série.
"Era bem cansativo, mas tudo na série foi feito de um jeito muito caprichoso, por isso ninguém repetiu".
ESPETÁCULO.
Neste domingo, Álvaro Petersen apresenta junto com o grupo Canta e Conta o espetáculo A Arca de Noé, no Núcleo Educatho (Rua Ezequiel Alves Graciano, 125 - São Francisco Xavier). Ele e a atriz e cantora Gigi Trujillo manipulam os bonecos do artista plástico, Jésus Sêda, que também fez os bonecos do Castelo, com a participação de Daniel Gonçalves ao violão. O espetáculo envolve música, canto, atuação e manipulação de bonecos e começa às 16h com ingressos no valor de R$ 20. Após o espetáculo, haverá uma roda de conversa para troca de saberes.
Baseado na obra de Vinícius de Moraes, o grupo apresenta canções do repertório dos CDs I e II da Arca de Noé, e os protagonistas, um casal de pernilongos, Zuim e Tiza, querem ser salvos da grande enchente e fazer parte dos animais que entram na arca. Eles também têm a importante função de alertar sobre as doenças transmitidas pelos mosquitos como: dengue, Chikungunya e zica e são os principais condutores da Arca de Vinícius..