Para reverter prejuízos e reduzir déficits, os Correios apresentaram nesta segunda-feira (29) um amplo plano de reestruturação que prevê o fechamento de aproximadamente mil agências próprias, cerca de 16% do total atual, e a redução do quadro de funcionários em 15 mil pessoas por meio de PDVs (Planos de Demissão Voluntária) até 2027.
O déficit chega a R$ 4 bilhões anuais, agravado em 2025 por um saldo negativo de R$ 6 bilhões apenas nos primeiros nove meses do ano. Além disso, a empresa deverá contrair cerca de R$ 20 bilhões em empréstimos e adotar o regime de economia mista.
Demissões
O plano projeta uma economia de R$ 2,1 bilhões apenas com o fechamento das unidades físicas, cujas despesas físicas consomem 90% do orçamento.
A empresa implementará dois PDVs somados aos cortes em benefícios, como planos de saúde e previdência. Com isso, a estatal espera poupar outros R$ 2,1 bilhões anuais em gastos com pessoal.
A reestruturação também inclui a venda de imóveis, com meta de arrecadar R$ 1,5 bilhão em receitas extras até 2028.
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Impacto no atendimento
Apesar do fechamento de mil das 6 mil agências próprias, a direção assegura que o princípio da universalização do serviço postal será mantido.
Atualmente, somando parcerias, os Correios contam com cerca de 10 mil unidades de atendimento no país.
Empréstimo e abertura de capital
Para reforçar o caixa imediato, os Correios tomaram um empréstimo de R$ 12 bilhões junto a bancos na última sexta-feira (26).
No entanto, a companhia ainda busca captar outros R$ 8 bilhões para equilibrar as contas em 2026.
A longo prazo, a estatal avalia uma mudança societária a partir de 2027.
Hoje 100% pública, a empresa estuda a abertura de capital para se tornar uma sociedade de economia mista, seguindo modelos como o da Petrobras e do Banco do Brasil.
Contexto da crise
A crise financeira da estatal é atribuída à digitalização das comunicações, que reduziu drasticamente o envio de cartas, e à entrada de novos concorrentes no setor de comércio eletrônico.