A Justiça condenou a dentista Elaine Larissa Silva Barreira Bressan a 4 anos, 3 meses e 15 dias de prisão por assédio sexual contra ex-funcionários. A sentença prevê o pagamento de indenização às vítimas, e a ré poderá recorrer em liberdade.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
O caso envolve a clínica odontológica Hiss Clinical, da qual Larissa era proprietária, localizada em um bairro nobre da capital paulista. As denúncias vieram à tona após uma reportagem exibida pelo programa Fantástico, o que levou à abertura de inquérito policial.
De acordo com a decisão judicial, a dentista se valia da posição hierárquica para constranger funcionários a praticarem atos de cunho sexual. Relatos apontam que ela obrigava empregados a mostrar partes íntimas durante o expediente e também em videochamadas com homens desconhecidos.
Ex-funcionários afirmaram ainda que Larissa promovia supostas brincadeiras com o objetivo de tocar nas partes íntimas das vítimas. A juíza destacou que as condutas tinham como finalidade satisfazer a vontade pessoal da condenada.
Segundo a sentença, as vítimas tinham perfil semelhante: jovens, muitos no primeiro emprego, sem ensino superior e dependentes de salários próximos a um salário mínimo. A magistrada também citou ameaças feitas pela dentista, que afirmava ter proteção por conta de familiares ligados à área jurídica e policial.
Larissa Bressan foi condenada a 2 anos, 7 meses e 15 dias de detenção, além de um ano e 8 meses de reclusão. Também foi fixada indenização equivalente a dois salários mínimos para cada uma das seis vítimas reconhecidas no processo.
Em nota, a defesa informou que vai recorrer da decisão e reafirmou a inocência da dentista. Os advogados destacaram ainda que o processo tramita em segredo de justiça e que não haverá novos comentários sobre o caso.
À época das denúncias, 11 ex-funcionários relataram situações semelhantes de assédio e constrangimento. Alguns afirmaram ter permanecido poucos dias no trabalho, enquanto outros resistiram por meses. Eles também relataram episódios frequentes de gritos, humilhações e ameaças durante reuniões internas.