O que antes era uma cena comum de fim de tarde, com crianças brincando livremente em uma praça de Taubaté, deu lugar ao medo e ao silêncio. O parquinho, que costumava ficar cheio, hoje aparece vazio. Pais e responsáveis passaram a evitar o local após denúncias de que um vizinho teria lançado bombinhas em direção às crianças.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
Segundo relatos de moradores, o homem, identificado como José, mora em uma casa em frente à praça, que é uma área pública frequentada por famílias do bairro. De acordo com as denúncias, ele já vinha apresentando comportamento agressivo há algum tempo, como jogar água com mangueira nas crianças, proferir xingamentos e fazer gestos de ameaça.
A situação se agravou quando, para intimidar os frequentadores, o homem passou a arremessar bombinhas no parquinho, mesmo com crianças brincando no local. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.
“Graças a Deus não aconteceu nada, mas uma bombinha dessas pode machucar seriamente uma criança”, relatou uma mãe. Algumas das bombinhas foram recolhidas pelos próprios pais após o incidente.
O caso foi registrado na Polícia Civil como tentativa de lesão corporal. As mães acionaram a imprensa e cobram providências para garantir a segurança no local. Segundo elas, crianças com transtorno do espectro autista foram as primeiras a sofrer intimidações, após o morador acionar uma buzina em volume máximo para assustá-las.
Moradores afirmam ainda que não houve qualquer tentativa de diálogo por parte do vizinho. “Nunca houve conversa. Ele sempre sai de casa xingando as mães”, disse uma das responsáveis.
Além das bombinhas, há suspeitas de outros atos de vandalismo na praça. Brinquedos restaurados há cerca de três meses já apresentam danos, e moradores relataram que óleo de cozinha teria sido jogado nos equipamentos, o que poderia causar quedas e acidentes. Segundo eles, uma criança não teria força para causar esse tipo de dano.
A equipe de reportagem da TV Record tentou ouvir o acusado. Após insistência, a esposa do morador apareceu rapidamente no portão, negou envolvimento e afirmou que não tinha relação com o caso. Apesar disso, segundo moradores, ela estaria em casa no momento dos ataques e teria presenciado os fatos. Nem o homem nem a esposa aceitaram conversar, mesmo com a presença da Guarda Municipal, que foi acionada.
O medo agora faz parte da rotina de quem mora na região. “Essa é uma praça centenária, existe antes mesmo de ele morar aqui. As crianças têm direito de brincar em um espaço público”, afirmou uma moradora.
Pais dizem que seguirão acompanhando o caso e cobrando providências. “Se algo mais grave acontecer, não vou ter a consciência tranquila sabendo que poderia ter tentado impedir”, desabafou uma mãe.
O caso segue sob apuração das autoridades.