Pesquisadores do ICT (Instituto de Ciência e Tecnologia) da Unesp em São José dos Campos desenvolveram um modelo matemático capaz de identificar detritos espaciais com maior risco de colisão com a Terra.
O estudo foca no fenômeno da "ressonância orbital", que pode desviar a rota de fragmentos e ameaçar missões espaciais em curso.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
Lixo em órbita
Desde o lançamento do Sputnik 1 em 1957, mais de 6.000 lançamentos geraram um "anel" de resíduos ao redor da Terra.
Atualmente, estima-se a existência de 500 mil detritos entre 1 cm e 10 cm, além de mais de 100 milhões de fragmentos menores que 1 mm.
Esse acúmulo pode gerar a "síndrome de Kessler", um efeito dominó em que colisões sucessivas criam novos fragmentos, tornando futuras explorações espaciais inviáveis.
Pesquisa joseense
O grupo de São José dos Campos utilizou bases de dados globais para simular a evolução de 210 órbitas ao longo de aproximadamente 33 anos.
Com o resultado, fizeram um mapeamento que ajuda a garantir a segurança de satélites e evitar o desperdício de recursos em missões mal planejadas.
Recentemente, o Brasil iniciou a implementação de uma rede própria de telescópios para monitorar o lixo espacial, o que permitirá ao país gerir de forma independente os riscos para as missões nacionais.
O estudo conclui que, além do monitoramento assertivo possibilitado pelo novo modelo matemático, é fundamental que agências globais iniciem planos de limpeza espacial para remover os resíduos acumulados nas últimas sete décadas.