O Governo do Estado de São Paulo aprovou, na última quarta-feira (10), a conclusão dos estudos e a autorização para publicação do edital de PPP da EFCJ (Estrada de Ferro Campos do Jordão), em uma concessão de 24 anos que prevê cerca de R$ 400 milhões em investimentos para modernizar trilhos, estações, trens históricos e equipamentos operacionais, além de reabrir o Parque Reino das Águas Claras e criar um Rail-Trail entre Eugênio Lefèvre e o Centro de Pindamonhangaba.
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A decisão foi tomada em reunião conjunta do Conselho Gestor do Programa de Parcerias Público-Privadas e do Conselho Diretor do Programa de Desestatização, no Palácio dos Bandeirantes, e coloca a PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão na reta final antes do leilão, previsto para o primeiro semestre de 2026.
Pelos documentos oficiais do projeto, a PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão é uma concessão do tipo brownfield, com prazo de 24 anos e investimentos estimados em aproximadamente R$ 404 milhões, voltados à modernização e reforma da linha férrea, incluindo trilhos, trens, pátios, oficinas e sistemas associados. O modelo jurídico é de concessão em regime de Parceria Público-Privada.
O pacote da PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão inclui ainda reabertura e requalificação do Parque Reino das Águas Claras, em Pindamonhangaba, com área de 38 mil m²; implantação de um Rail-Trail (trilha para ciclistas e pedestres) entre Eugênio Lefèvre e o Centro de Pindamonhangaba, acompanhando a faixa de domínio da ferrovia; estruturação do Museu de Memória Ferroviária e de ativos culturais ao longo da linha; e integração com parques já concedidos, como os parques estaduais de Campos do Jordão e Capivari, criando um corredor turístico na Serra da Mantiqueira.
Na prática, a concessão da PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão pretende transformar o complexo em um eixo de turismo ferroviário sustentável, articulado com a hotelaria, a gastronomia e os parques naturais do eixo Pindamonhangaba–Campos do Jordão.
Na reunião que autorizou o edital, o vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), afirmou que a PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão faz parte da estratégia de ampliar parcerias com o setor privado, enquanto o secretário de Parcerias em Investimentos, Rafael Benini, falou em “previsibilidade e eficiência” — mas sem detalhar eventuais cláusulas específicas de preservação patrimonial, de controle de tarifa ou de participação social no contrato.
Esses pontos serão decisivos para avaliar se a PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão será capaz de conciliar investimento privado com a proteção de um dos patrimônios históricos e turísticos mais relevantes do Vale do Paraíba e da Serra da Mantiqueira.
Desenvolvimento regional.
Além da modernização da linha férrea, a PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão é vista como um vetor de desenvolvimento regional, especialmente para Pindamonhangaba e Campos do Jordão.
Do lado de Campos do Jordão, a PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão se conecta a um calendário turístico intenso — como o Festival de Inverno de Campos do Jordão e a programação de Natal na cidade, que já exploram a imagem de destino de montanha e experiências ligadas ao trem, como a Maria Fumaça histórica do Parque Bambuí.
A concessão também dialoga com outros projetos ferroviários turísticos no eixo do Vale, como o Expresso da Mantiqueira em Cruzeiro, reforçando a ideia de um corredor regional de turismo sobre trilhos.
Com a autorização do edital pelos conselhos do programa de parcerias, a PPP da Estrada de Ferro Campos do Jordão entra em sua fase final de estruturação antes do leilão.