Deflagrada pela Polícia Civil em Jacareí, a Operação Kratos desmontou parte de um esquema milionário de desmanche de caminhões roubados e distribuição ilegal de peças que atuava entre o Vale do Paraíba, o interior de São Paulo e Minas Gerais.
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Bases clandestinas foram identificadas em Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Jacareí, além de um centro de distribuição em Poços de Caldas (MG).
A ação foi conduzida pelo Deic, por meio da 2ª Divecar (Delegacia de Investigações sobre Roubo de Cargas), na quinta-feira (11). A investigação mostrou que Jacareí era um dos pontos-chave da engrenagem criminosa, onde caminhões roubados eram levados para desmonte e preparação das peças que, depois, eram “lavadas” em um comércio de autopeças em Minas Gerais.
Segundo a Polícia Civil, a Operação Kratos teve início após a identificação de um galpão em Mogi Guaçu usado exclusivamente para o corte de veículos pesados. Nesse primeiro endereço, os investigadores encontraram caminhões já em processo avançado de desmonte, prenderam uma pessoa em flagrante e identificaram outros três suspeitos ligados ao esquema.
Crimes.
O grupo criminoso roubava caminhões na capital e na Região Metropolitana de São Paulo, levava os veículos para galpões clandestinos do interior e, a partir daí, iniciava o desmonte organizado: caminhão cortado em partes, numeração de chassi e peças escondidas, documentação fria e, por fim, envio dos componentes para pontos de revenda.
A investigação da Divecar levou os policiais a um segundo imóvel diretamente ligado à Operação Kratos em Jacareí. No galpão na cidade do Vale, foram localizados cinco caminhões: três veículos em pleno processo de desmonte, dois caminhões já totalmente cortados, com as partes separadas e prontas para saída e estrutura típica de desmanche, como ferramentas pesadas, equipamentos de corte, elevadores e áreas de armazenamento.
Além dos veículos, os investigadores cruzaram dados de quebras de sigilo telefônico e financeiro para identificar os responsáveis por coordenar a logística: quem organizava os roubos, quem recebia os caminhões em Jacareí e quem articulava a venda das peças em outros estados.
Com base na quebra de sigilos telefônicos dos suspeitos, a Operação Kratos conseguiu chegar à etapa seguinte do esquema: a lavagem de dinheiro e a “legalização” das peças roubadas.
Os investigadores descobriram que o material oriundo dos galpões de Mogi Guaçu, Mogi Mirim e Jacareí abastecia uma central de distribuição em Poços de Caldas (MG). No endereço mineiro, o grupo utilizava um comércio de autopeças formal para misturar produtos regulares com itens de origem criminosa, dificultando o rastreio das peças.
Apreensão.
No local em Poços de Caldas foram apreendidos cerca de 25 mil peças veiculares sem procedência clara, nove veículos, documentos diversos relacionados à movimentação de peças e veículos e computadores e celulares que vão auxiliar na análise da contabilidade e da comunicação interna da quadrilha.
A Polícia Civil de Poços de Caldas deu apoio direto ao cumprimento dos mandados em Minas Gerais.
Ao todo, a Operação Kratos cumpriu oito mandados de busca e apreensão, sendo sete mandados na capital paulista e em Guarulhos, um mandado em Poços de Caldas, onde funcionava o centro de distribuição de peças e quatro mandados de prisão temporária expedidos contra suspeitos apontados como líderes e operadores do esquema.
O caso foi registrado como cumprimento de mandado de busca e apreensão, localização e apreensão de objetos e veículos na 2ª Delegacia da Divecar, do Deic. As investigações prosseguem para identificar outros envolvidos, inclusive possíveis receptadores parceiros na região de Jacareí e do Vale do Paraíba.
A Operação Kratos se soma a outras ações recentes contra crimes patrimoniais na cidade, como a prisão de suspeitos por roubo de carga avaliada em R$ 157 mil, a recuperação de 15 toneladas de carne roubada pela GCM e operações da Polícia Civil que apreenderam dezenas de celulares e notebooks em investigações de receptação e furtos em série.