A Polícia Civil confirmou a morte de uma menina de 2 anos que estava internada no Hospital Regional de São José dos Campos em estado grave e com sinais de agressão. A mãe e o padrasto são investigados por maus-tratos. Eles foram interrogados pela polícia.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
O boletim de ocorrência informa que o pai comunicou o óbito da filha, confirmado às 11h25 desta sexta-feira (12). O pai apresentou a guia de encaminhamento de cadáver emitida pelo Hospital Regional de São José dos Campos. O documento classifica a natureza do óbito como de causa externa e sugere como causa possível o traumatismo.
Moradora de Cruzeiro, a criança tinha possível quadro de morte encefálica após avaliação médica no hospital. A criança tinha um ferimento na parte de trás da cabeça e já não reagia a estímulos. Ela também apresentava vários hematomas, além de manchas de contenção.
A menina saiu de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, acompanhada da mãe, e foi transferida para a unidade de referência em São José, onde a equipe médica desconfiou que as lesões eram incompatíveis com a versão inicial de acidente doméstico e acionou a polícia.
"Tendo em vista a classificação do óbito como de causa externa, o que configura uma morte violenta ou suspeita, e
considerando as múltiplas lesões descritas no laudo clínico, fica determinada a instauração de procedimento
investigativo para apurar as circunstâncias do fato e a autoria, materialidade e causalidade do evento, especialmente
sobre a natureza do trauma e a sua correlação com a queda em domicílio alegada", diz trecho do boletim de ocorrência registrado nesta sexta-feira (12).
De acordo com o boletim de ocorrência anterior, de terça-feira (9), a suspeita de maus-tratos contra menina chegou à Polícia Militar por volta de 22h30, via Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), com a informação de que uma criança muito pequena havia sido levada ao pronto-socorro do Hospital Regional com diversas lesões e quadro crítico de saúde.
Suspeita.
No hospital, o policial conversou com a direção, a assistente social e a advogada da instituição. Eles relataram que a criança veio de Cruzeiro, acompanhada da mãe, de 28 anos. A mulher afirmou que a filha teria sofrido uma queda de pequena altura enquanto estava sob os cuidados do padrasto, de 27 anos.
Durante a avaliação, porém, médicos e equipe social apontaram que a distribuição e o tipo de lesões não eram compatíveis com uma queda simples, o que levou ao registro da ocorrência como crime de maus-tratos com resultado lesão corporal grave, praticado contra vítima menor de 14 anos.
Segundo o boletim, o policial observou hematomas em várias partes do corpo da criança, inclusive um machucado na coxa com formato semelhante ao contorno de uma mão, além de lesões na cabeça em extensão considerada incompatível com queda isolada de própria altura.
Os médicos informaram que o quadro da criança era considerado gravíssimo, com indicação de possível morte encefálica em avaliação. O hospital passou a seguir o protocolo técnico de 60 horas para confirmação ou descarte do diagnóstico, enquanto a polícia formalizava o registro da suspeita de maus-tratos contra a menina em São José.
O boletim de ocorrência registra ainda que, após a chegada ao Hospital Regional, a mãe deixou a unidade e não retornou, o que aumentou a preocupação dos profissionais de saúde e dos policiais.
Mãe e padrasto.
Quem compareceu ao hospital posteriormente foi o pai da menina, de 28 anos, que recebeu as informações sobre o estado da filha e sobre a suspeita de agressões.
Como mãe e padrasto não foram conduzidos imediatamente ao plantão policial, o delegado determinou a necessidade de ouvi-los formalmente, além de colher o depoimento dos policiais militares que atenderam ao caso e aprofundar a investigação sobre o que teria acontecido no local de origem, em Cruzeiro.
Embora o boletim tenha sido registrado em São José dos Campos, o fato de a criança ter saído de Cruzeiro faz com que a apuração da suspeita de maus-tratos contra a criança seja desdobrada para o Distrito Policial responsável pela área onde teriam ocorrido as agressões.