DESAPARECIDO

Mãe de Décio vive drama de procurar o filho há 3 anos: ‘Angústia’

Por Da redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução
Sonhando em ser médio, o jovem de São José desapareceu em 18 de janeiro de 2023
Sonhando em ser médio, o jovem de São José desapareceu em 18 de janeiro de 2023

“Nada”.

Essa é a informação que Sueli tem sobre o paradeiro do filho. O desaparecimento de Décio de Castro Santos vai completar três anos em janeiro sem nenhuma pista sobre o rapaz, para desespero da mãe.

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Sonhando em ser médio, o jovem de São José dos Campos desapareceu em 18 de janeiro de 2023. A família não tem nenhuma dele. Não sabe se está vivo ou morto. Também a Polícia Civil não conseguiu solucionar o caso. Segundo a mãe, foi preciso contratar um advogado para que a investigação fosse retomada.

Mesmo desempregada, a mãe conta que conseguiu recursos para contratar um advogado e poder desarquivar o caso. Um casal foi chamado para um novo depoimento na delegacia sobre o dinheiro que foi retirado da conta de Décio.

Segundo a mãe, o casal entrou em contradições no depoimento. “E agora, nesse segundo depoimento, que foi muita luta, ela também entra em contradições e não dá em nada. Isso que é muito triste. Eu sei que está passando, quanto mais passa é pior. E é muito triste”, disse a mãe de Décio.

“Vai fazer três anos que ele desapareceu. Preciso descobrir o que realmente fizeram com ele. Eu não acredito que ele está vivo. Porque ele era um menino que me ligava direto, me falava todo dia. E sempre quando saía, voltava. Mas, infelizmente, não me escutou, e fizeram o que fizeram. Eu acredito que o mataram e enterraram, infelizmente. Só queria mesmo achar o corpo dele e encerrar essa angústia.”

Desaparecimento.

Dias antes do desaparecimento, Décio havia ganhado uma bolsa de estudos de 100% para um cursinho preparatório de Medicina. Ser médico sempre foi o seu grande sonho.

Décio lutou contra a depressão por mais de três anos. Neste período, chegou a tentar suicídio. Semanalmente, o jovem recebia tratamento psicológico em uma unidade do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de São José.

No dia 18 de janeiro de 2023, a mãe saiu para o trabalho e, durante o expediente, recebeu diversas ligações do filho. À noite, ao voltar para casa, não encontrou o jovem, que parecia ter saído com a roupa do corpo e o celular. A mãe, ainda naquela noite, notou que Décio havia feito uma transferência bancária antes de sair. Preocupada, a mãe tentou localizá-lo, mas sem sucesso.

Naquele dia 18, como o filho saía com frequência, ela decidiu ir dormir. Por volta de 1h, acordou e notou no celular uma ligação perdida de Décio, feita duas horas antes. Ao retornar, caixa postal. Desde então, o filho não foi mais encontrado.

Casal.

Sem respostas da polícia, a família foi em busca de informações e encontrou mensagens no WhatsApp Web de Décio, que mostram que o jovem encontrou um casal no dia que desapareceu.

“A gente descobriu entrando no WhatsApp que ele deixou aberto no computador que tinha uma conversa dele com uma amiga. O que sabemos é que no dia 18 ele foi ao encontro dessa amiga e do namorado dela em um bairro, depois os três foram para um outro bairro de São José onde foram realizadas, até a manhã do dia seguinte, várias transferências bancárias da conta do Décio para esse casal e, logo depois, foi solicitado o encerramento da conta”, comentou a irmã, ouvida pela reportagem de OVALE à época do desaparecimento.

“O casal prestou depoimento à polícia e confirmou que o Décio encontrou com eles, mas disse que depois ele foi embora de carro. Nós não acreditamos que ele tenha ido embora assim do nada sem falar com a gente, o Décio era muito apegado à família”, comentou a irmã.

“Então, a última localização do celular dele deu na casa desse casal. O pessoal está inventando que ele tinha ido para São Paulo, mas ele nunca saiu daqui de São José, pelo rastreio do notebook dele, carro de aplicativo, essas coisas, que eu e minha filha descobrimos”, completou a mãe.

Cracolândia.

Foram meses com várias informações que vieram à tona durante o desdobramento do processo, uma delas foi de que o celular do estudante estava nas redondezas da Cracolândia e que ele também estaria por lá. Sobre essa informação, a mãe conta que chegou a ir até São Paulo, mas que não encontrou o filho.

“Eu fui pessoalmente na Cracolândia, falaram inclusive que tinha um menino parecido com ele lá, mas no final não era o meu filho. O que acreditamos, e a polícia também, é que ele não saiu de São José”, relatou.

Outra informação que a família recebeu foi de que o CPF de Décio havia sido cadastrado em uma linha telefônica em Itabuna, município ao sul do estado da Bahia.

“Eu fui até a operadora para saber se tinha dívidas no nome dele e lá fiquei sabendo que cadastraram o CPF de Décio em um novo número de telefone. O que fui informada pela operadora é que o cadastro estava incompleto e que não havia sido realizado pessoalmente. Cheguei até a ligar para esse número e a pessoa informou que era de Santa Catarina e que nunca tinha escutado falar do Décio. A polícia de São José disse que entraria em contato com os agentes da Bahia, mas ainda não tivemos retorno sobre isso”, contou.

Quem tiver informações sobre o paradeiro de Décio pode ligar para o número 190 da Polícia Militar.

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