MAUS-TRATOS

Criança tem possível morte encefálica em SJC; polícia investiga

Por Jesse Nascimento | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Reprodução
Criança foi levada para o Hospital Regional de São José
Criança foi levada para o Hospital Regional de São José

Uma suspeita de maus-tratos contra uma criança de 1 anos e 11 meses em São José dos Campos é investigada pela Polícia Civil depois que a menina deu entrada em estado gravíssimo no Hospital Regional, no Parque Industrial, na noite de terça-feira (9), com múltiplas lesões pelo corpo e quadro clínico compatível com possível morte encefálica, segundo médicos da unidade.

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A criança saiu de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, acompanhada da mãe, passou por hospital na cidade de origem e foi transferida para a unidade de referência em São José dos Campos, onde a equipe médica desconfiou que as lesões eram incompatíveis com a versão inicial de acidente doméstico e acionou a polícia.

De acordo com o boletim de ocorrência, a suspeita de maus-tratos contra menina chegou à Polícia Militar por volta de 22h30, via Copom (Centro de Operações da Polícia Militar), com a informação de que uma criança muito pequena havia sido levada ao Pronto-Socorro do Hospital Regional com diversas lesões e quadro crítico de saúde.

No hospital, o policial conversou com a direção, com a assistente social e com a advogada da instituição. Eles relataram que a criança veio de Cruzeiro, acompanhada da mãe, de 28 anos.

A mulher afirmou que a filha teria sofrido uma queda de pequena altura enquanto estava sob os cuidados do padrasto, de 27 anos.

Durante a avaliação, porém, médicos e equipe social apontaram que a distribuição e o tipo de lesões não eram compatíveis com uma queda simples, o que levou ao registro da ocorrência como crime de maus-tratos com resultado lesão corporal grave, praticado contra vítima menor de 14 anos.

Segundo o boletim, o policial observou hematomas em várias partes do corpo da criança, inclusive um machucado na coxa com formato semelhante ao contorno de uma mão, além de lesões na cabeça em extensão considerada incompatível com queda isolada de própria altura.

Os médicos informaram que o quadro da criança era considerado gravíssimo, com indicação de possível morte encefálica em avaliação. O hospital passou a seguir o protocolo técnico de 60 horas para confirmação ou descarte do diagnóstico, enquanto a polícia formalizava o registro da suspeita de maus-tratos contra a menina em São José dos Campos.

O boletim de ocorrência registra ainda que, após a chegada ao Hospital Regional, a mãe deixou a unidade e não retornou, o que aumentou a preocupação dos profissionais de saúde e dos policiais.

Quem compareceu ao hospital posteriormente foi o pai da menina, de 28 anos, que recebeu as informações sobre o estado da filha e sobre a suspeita de agressões.

Como mãe e padrasto não foram conduzidos imediatamente ao plantão policial, o delegado determinou a necessidade de ouvi-los formalmente, além de colher o depoimento dos policiais militares que atenderam ao caso e aprofundar a investigação sobre o que teria acontecido no local de origem, em Cruzeiro.

Embora o boletim tenha sido registrado em São José dos Campos, o fato de a criança ter saído de Cruzeiro faz com que a apuração da suspeita de maus-tratos contra a criança seja desdobrada para o Distrito Policial responsável pela área onde teriam ocorrido as agressões.

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