A Polícia Civil confirmou nesta terça-feira (9) que dois suspeitos já foram identificados pelo ataque que matou Ana Júlia, de 22 anos, e feriu duas amigas em Aparecida, no Vale do Paraíba. O crime, que chocou a região, ocorreu na madrugada de domingo (7), quando o grupo retornava de uma pastelaria após sair de uma festa em Guaratinguetá.
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Ana Júlia estava no banco traseiro direito de uma Land Rover Evoque, conduzida por Isaías Abraão Mendes da Silva, funcionário de uma agência de veículos. O utilitário foi atingido por vários disparos, e a jovem acabou baleada.
Imagens.
O motorista levou a vítima ao Santuário Nacional de Aparecida buscando ajuda. Imagens de câmeras de segurança mostraram Isaías carregando a jovem pelo pátio, antes de seguir com o grupo ao pronto-socorro. Nessas imagens, os investigadores identificaram também um quinto ocupante descendo do carro, informação que havia sido omitida no registro inicial.
No hospital, Ana Júlia não resistiu aos ferimentos. Após deixá-la para atendimento, o motorista voltou a Guaratinguetá e abandonou a Land Rover em via pública, alegando temor de represálias.
Versões.
Os depoimentos das testemunhas apresentaram contradições.
Uma amiga confirmou a presença de um homem desconhecido no banco dianteiro; outra negou. Confrontado com as imagens, Isaías admitiu a existência do quinto ocupante, mas se recusou a informar sua identidade, dizendo que o homem é casado e não queria “prejudicá-lo”.
Informações preliminares levantadas por policiais sugerem que esse quinto passageiro pode ter sido o verdadeiro alvo dos disparos, hipótese agora central da investigação.
Novos passos.
A PM localizou o utilitário com ao menos quatro marcas de tiros e recolheu fragmentos de projéteis.
A Polícia Civil apreendeu os celulares de Ana Júlia, Núbia e Anna Luiza para análise, mas Isaías se recusou a liberar o acesso.
O delegado responsável, Marcelo Hial, afirmou ao SBT que a jovem não era o alvo dos criminosos, mas uma vítima secundária do ataque. “Nós já temos uma linha de investigação, dois suspeitos identificados e o veículo utilizado no crime”, afirmou o delegado. “Assim que tivermos a qualificação completa, solicitaremos buscas e prisão temporária. Mas, por cautela, precisamos consolidar os elementos para que o Judiciário conceda as medidas.”
Assim que houver qualificação completa, mandados de prisão temporária poderão ser requeridos.
Questionamento.
Segundo o boletim de ocorrência, Isaías retornou ao hospital após pedir ajuda a um “amigo vereador de Aparecida”. Porém, em nota, a Câmara Municipal negou. “Não existe entre os membros da atual legislatura qualquer indivíduo que possa ser identificado como o suposto ‘amigo vereador’ mencionado”.
A Casa afirmou ainda que está à disposição da DIG para colaborar com as apurações.
Investigação.
O inquérito, conduzido pela Delegacia de Investigações Gerais de Guaratinguetá, busca esclarecer:
a identidade e papel do quinto ocupante;
quem era o real alvo dos disparos;
de onde partiram os tiros;
a motivação do ataque.