AUMENTO

Médico de Caraguá que recebia sem trabalhar tem aumento de pena

Por Da redação | Caraguatatuba
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/MP

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) confirmou e ampliou a condenação de um médico da rede pública de Caraguatatuba acusado de receber salário da prefeitura por cerca de sete anos sem comparecer ao trabalho.

Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp.

A decisão, em segunda instância, atendeu a recurso do Ministério Público de São Paulo (MPSP), que apontou fraude e prejuízo significativo aos cofres municipais.

No novo entendimento, a pena do profissional foi elevada para 3 anos e 4 meses de reclusão, em regime aberto, além de multa e obrigação de ressarcimento integral do valor recebido indevidamente.

A Justiça considerou que o prejuízo ao erário foi “considerável” e que as consequências do crime são “imensuráveis”, especialmente pelo fato de o condenado exercer função essencial na saúde pública.

Segundo o MPSP, o médico apresentou sucessivos atestados médicos informando estar incapacitado para o trabalho entre setembro de 2016 e agosto de 2023.

Apesar disso, continuou atuando normalmente em sua clínica particular. A denúncia foi acompanhada de imagens, registros de viagens e fotografias que mostram o profissional praticando esportes, inclusive atividades radicais e de alto risco, durante o período em que estava afastado do serviço público.

Em trecho destacado no processo, o relator da apelação observou que o médico “atuava na esfera particular, viajava e praticava esportes, postando suas atividades em redes sociais com aparente confiança na impunidade”.

O condenado afirmou nos autos que sofreu um acidente na Argentina, em 2003, e que passou por diversas cirurgias na coluna. Entretanto, o tribunal destacou que um laudo médico apresentado pelo próprio réu em outro processo contra a prefeitura indicava que ele não estava incapacitado para trabalhar.

O médico foi demitido após conclusão de um processo administrativo disciplinar instaurado pela Prefeitura de Caraguatatuba. Antes da condenação definitiva, a Justiça já havia determinado o bloqueio de bens e imóveis do profissional até o limite do prejuízo calculado pelo município, estimado em R$ 1.095.927,29.

O tribunal ainda reforçou que a conduta é mais grave porque envolve um servidor da área de saúde, cuja ausência impacta diretamente o atendimento à população. A defesa do médico ainda pode recorrer da decisão.

Comentários

Comentários