Uma mulher foi presa por maus-tratos a cachorro em São José dos Campos. A prisão ocorreu na manhã de sexta-feira (28), após a Polícia Civil resgatar um cão em estado de extrema magreza e em condições degradantes em uma casa, no Campos de São José, na zona leste da cidade.
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De acordo com o boletim de ocorrência, o caso foi registrado como crime ambiental por praticar ato de abuso ou maus-tratos contra animais, com prisão em flagrante da tutora, de 37 anos.
O cão, de porte grande e chamado “Bob”, foi encontrado em visível estado de subnutrição, com costelas aparentes, debilitado e com grave problema de pele.
A ocorrência teve início após denúncia feita a uma ONG, que acionou a Polícia Civil para verificar a situação do animal em um imóvel na rua Roberto Bianchi.
Ao chegar ao local, o policial civil responsável pela diligência encontrou o cachorro confinado em um espaço extremamente reduzido, com acúmulo de sujeira, sem água fresca e sem vestígios de alimentação recente.
A casinha do cão estava virada para a parede, impedindo o acesso ao quintal, e o ambiente exalava forte odor, segundo o registro policial.
Diante do quadro, o animal foi imediatamente retirado do imóvel e entregue à representante da ONG para que recebesse atendimento veterinário. Ainda conforme o boletim, a mulher presa por maus-tratos a cachorro foi conduzida para exame no IML (Instituto Médico Legal) e teve a prisão em flagrante decretada.
Maus-tratos continuado.
O boletim de ocorrência informa que a ação é decorrente de um registro anterior, classificado como maus-tratos a animal, que já havia sido verificado no mesmo endereço. A ONG recebeu novos vídeos e denúncias mostrando o cão “Bob” extremamente magro, agitado e preso em espaço limitado, o que motivou nova ida da Polícia Civil ao local.
Na casa, o policial encontrou o cachorro em condições degradantes: magreza acentuada, costelas aparentes, fraqueza, problema dermatológico com seborreia e cheiro forte. Não havia água disponível em recipiente adequado, nem sinais de que o animal tivesse sido alimentado recentemente.
Segundo o depoimento de uma vizinha, que consta no boletim como testemunha, o cão apresentava emagrecimento repentino e ficava preso de 12 a 20 horas por dia. A testemunha relatou que tentava oferecer frango e fígado para amenizar o sofrimento do animal.
A mesma vizinha contou que a responsável pelo cachorro teria dito que evitava dar comida com frequência para não ter que limpar as fezes do animal, o que reforçou a suspeita de maus-tratos continuados e levou à autuação da mulher presa por maus-tratos a cachorro no Campos de São José.
Durante o registro da ocorrência, o marido da investigada disse trabalhar em home office como programador e declarou que a esposa, atualmente desempregada, era a principal responsável pelos cuidados com o cão “Bob”. Ele afirmou à polícia que o animal recebia “ração especial com batata-doce” e que era levado à clínica pet para banho e atendimento.
O policial que atendeu ao chamado, no entanto, relatou que, ao questionar o casal, ouviu do próprio marido que a esposa não gostava de limpar as necessidades do cachorro e, por isso, o deixava trancado, o que incluía períodos sem alimentação adequada, situação que sustentou o flagrante da mulher presa por maus-tratos.
Cão debilitado.
A representante da ONG relatou que recebeu vídeos enviados por moradores da região, nos quais o animal aparecia extremamente debilitado, caquético e inquieto, demonstrando sofrimento. O material foi anexado à ocorrência para instruir o inquérito.
Na checagem de sistemas, a Polícia Civil identificou que já havia uma ocorrência anterior, registrada em 26 de julho de 2025, pelo mesmo endereço, com conteúdo semelhante: denúncia de que um cão estava “pele e osso”, sem comida e água. Naquela ocasião, a responsável havia sido identificada como a mesma mulher presa nesta sexta-feira, o que reforçou, nesta nova intervenção, a suspeita de reincidência em maus-tratos.
Agora, com a prisão, o caso será encaminhado à Justiça, que decidirá sobre a conversão da prisão em preventiva ou eventual concessão de liberdade provisória, conforme a análise dos elementos apresentados no inquérito.