Recentemente levei um tema ao meu programa no SBT que foi bastante comentado: a relação da moda quando a mudança vem de dentro.
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Assim como na coluna do último sábado - onde trouxe o tema impactos na moda com as medicações para emagrecimento rápido, como o Ozempic e similares – nesta quero falar de algo que também impacta (e muito) os guarda-roupas das mulheres, a menopausa.
Há fases da vida que é comum a gente se olhar no espelho e não se reconhecer mais. As roupas que antes faziam sentido já não refletem quem somos. O corpo muda, a rotina muda, os interesses mudam e o estilo, claro, acompanha tudo isso. E entre tantas transições possíveis, a menopausa é, talvez, uma das mais profundas.
Segundo informações do IBGE disponibilizados no Portal Senado Notícias, aproximadamente 30 milhões de mulheres no Brasil estão vivendo na faixa etária do climatério e menopausa, ou seja, 7,9% da população feminina. E somente cerca de 238 mil foram diagnosticadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por outro lado, a revista científica Climateric indica que 82% das brasileiras nessa fase apresentam sintomas que comprometem sua qualidade de vida.
E esse impacto na qualidade de vida é esperado, já que o corpo responde diferente, a pele muda, a energia oscila e sim, os sintomas vão além dos físicos.A desconexão com a própria imageme estilo é algo que escuto muito, e entendo, que podemos esperar pelo desejo de mudanças, afinal se passamos a nos enxergamos diferente, vamos querer (e precisar) nos apresentamos ao mundo também de forma diferente. O estilo precisa ser atualizado para acompanhar essa mulher e sua nova fase.
Ressignificar o vestir não é tentar voltar a ser quem você era.
É se permitir descobrir quem você é agora.
Para isso é fundamental entender que a roupa certa, nessa fase, não é a que disfarça o corpo- como a maioria acaba buscando - mas sim a que acolhe essa nova fase com conforto, confiança e acima de tudo VIDA.
Vamos começar concordando que nosso estilo não tem prazo de validade, mas ele precisa evoluir conoscoe acompanhar as mudanças físicas e emocionais que influenciam diretamente o vestir: flacidez, ganho de peso, alterações hormonais e na qualidade da pele, entre outras tantas.
Então, por onde começar?
• Tecidos naturais são os melhores aliados. Algodão, linho e seda ajudam a regular a temperatura do corpo.
• Evite sintéticos como poliéster e poliamida, eles retêm calor e suor, aumentando o desconforto.
• Experimente tecidos tecnológicos, que controlam o calor e ajudam a aliviar os sintomas dos fogachos.
• Prefira modelagens fluidas: saias amplas, vestidos leves, macacões e blusas soltinhas. Além de confortáveis, são naturalmente elegantes.
• As cores também podem ser suas aliadas. Tons neutros muito claros, como bege e cinza-pérola, podem evidenciar marcas de suor, então, aposte em tons mais escuros e sólidos, como azul-marinho, berinjela e cinza-chumbo.
• Não tenha medo das estampas e de acessórios: use-os a seu favor, direcionando o olhar para a parte do corpo que você deseja valorizar. Alias um lindo leque pode ser um acessório estiloso e uma ótima ferramenta para aliviar os sintomas dos fogachos (que tal um de cada cor heim?!?!?!)
• Misturar peças clássicas com toques modernos é um ótimo caminho. Uma calça de alfaiataria com tênis, por exemplo, pode criar uma imagem atual, leve e cheia de personalidade, assim como uma saia com t-shirt, uma bermuda com uma regata e kimono.
Mas, acima de tudo, lembre-se: a peça mais importante do seu armário é aquela que te faz sentir confiante.
Pesquisas recentes mostram que 80% das mulheres que adaptam suas roupas para priorizar conforto e autenticidade relatam aumento imediato na autoestima (fonte: MenopauseMattersJournal, 2024).
E eu vou além, pesquisa baseadas nas minhas próprias observações (e podem confiar nelas!), provam que se vestir bem (principalmente nessa fase), é um ato de autoconhecimento e amor-próprio. É sobre olhar para o espelho e, em vez de buscar quem você era, reconhecer (com orgulho) a mulher incrível que você se tornou.