O empresário Sadraque Santos, de 34 anos, dono de uma agência de turismo em Taubaté, viveu um verdadeiro pesadelo neste ano. Descrito por familiares e amigos como honesto e empreendedor, ele passou cinco meses preso injustamente, após ter sido confundido com um criminoso envolvido com o tráfico de drogas em uma investigação da Polícia Federal.
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A história começou no dia 16 de maio, quando Sadraque retornava de uma viagem de trabalho ao Mato Grosso. Ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Guarulhos, foi surpreendido por dois agentes federais que o informaram sobre um mandado de prisão preventiva expedido pela 4ª Vara de Tráfico de Manaus (AM). “Fiquei em choque. Nunca usei, nem tive contato com drogas, muito menos me envolvi com esse tipo de crime”, contou em entrevista ao SBT.
Conduzido à delegacia da Polícia Federal, ele foi preso e encaminhado primeiro ao CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos e depois transferido para Jundiaí, onde ficou detido por 150 dias.
Erro.
Segundo a advogada Gladiwa Ribeiro, responsável pela defesa, Sadraque foi alvo de um erro de investigação. Ele havia vendido passagens aéreas a uma mulher que era investigada por tráfico interestadual de drogas, e seu nome apareceu em conversas de WhatsApp apreendidas no celular dela.
“Ele apenas negociou bilhetes de viagem com a mulher. Não havia qualquer vínculo com a organização criminosa”, explicou a advogada.
Nada foi encontrado contra o empresário, nem provas, nem indícios de ligação com o tráfico. Mesmo assim, o pedido inicial de liberdade provisória foi negado pela Justiça, prolongando o período de reclusão.
Enquanto Sadraque lutava para provar sua inocência, a família enfrentava momentos de desespero.
“Foi desesperador. Ver meu filho, um homem trabalhador e inocente, sendo preso como criminoso, foi uma dor que nenhuma mãe deveria sentir”, disse Neuza, mãe do empresário.
Justiça.
Após cinco meses atrás das grades, o empresário foi libertado. O Ministério Público reconheceu que não havia provas que justificassem a prisão. Agora, Sadraque tenta reconstruir a vida e retomar o trabalho interrompido.
“Foram dias terríveis. Fiquei sem renda, com a empresa parada e a reputação manchada. Mas saí da prisão agradecendo a Deus e determinado a seguir em frente”, afirmou.
A defesa informou que entrará com uma ação de indenização contra o Estado, pedindo ressarcimento pelos danos morais, físicos e materiais sofridos.