Maria Helena de Souza, 59 anos, enfrentou um período angustiante logo após a tragédia de perder o filho Bruno César Antunes de Souza aos 39 anos. Conhecido como MC Bakka, ele foi assassinado em Ubatuba na frente do filho de 6 anos, no dia 2 de março de 2024. Desde então, o paradeiro do assassino seguia uma incógnita, para desespero da mãe.
Clique aqui para fazer parte da comunidade de OVALE no WhatsApp e receber notícias em primeira mão. E clique aqui para participar também do canal de OVALE no WhatsApp
“Sei que uma hora vai acontecer [de o assassino ser preso], mas é muito angustiante. É desesperador saber que o assassino do meu filho está solto”, disse ela a OVALE em maio do ano passado.
A reviravolta ocorreu nessa quinta-feira (23), quando a Polícia Civil confirmou a prisão de Augusto Gabriel Judic Borelli (foto abaixo), de 32 anos, acusado de assassinar MC Bakka em Ubatuba.
Segundo as investigações, Borelli mantinha uma relação de amizade com o artista, fato que despertou estranhamento entre familiares e investigadores sobre a motivação do homicídio. O suspeito estava foragido havia mais de sete meses e chegou a ser procurado em diversas cidades do Vale do Paraíba, incluindo Taubaté, onde possui parentes.
A Delegacia de Polícia de Ubatuba segue com as investigações para esclarecer a motivação do crime. Borelli nega o crime.
Maria Helena confessa ter sido surpreendida pela notícia da prisão de Borelli após tanto tempo foragido. Ele pede que a justiça seja feita.
“A prisão me pegou até de surpresa. Por que a gente fica meio desacreditada que isso poderia acontecer, que ele poderia ser pego. Mas ele estava tranquilo lá mesmo, onde ele cometeu o crime e onde ele estava. Mas eu acredito que a justiça vai ser feita”, disse ela.
“Não sei se tenho que entrar com algum procedimento mais sério, se eu tenho que pôr advogado, se realmente só a gente pegando mais firme no caso para ele não ser solto. Por que ele estava tranquilo, estava na praia, porque eu soube que estava trabalhando, vendendo lá e não estava nem preocupado com isso. Como que se ele não tivesse feito nada”, afirmou a mãe.
Que completou: “Ele não pode ficar impune. Eu quero vê-lo pagando pelo que ele cometeu, pelo crime que cometeu, porque ele não pode ficar solto”.
Em maio do ano passado, a Polícia Civil já não tinha mais dúvidas de quem havia matado a tiros MC Bakka. “Fizemos as investigações e chegamos ao nome do autor do crime”, disse o delegado Albertino Gonçalves Neto, que comandou as investigações em Ubatuba.
Segundo ele, a polícia fez a representação do caso e pediu a prisão temporária de Borelli, vendedor ambulante e principal suspeito de ter matado MC Bakka.
O crime.
Bakka conheceu Borelli quando se mudou para Ubatuba, com a intenção de trabalhar nas praias, há cerca de cinco anos. Eles se conheceram nesse trabalho e chegaram a dividir uma moradia.
“Eles passaram a dividir essa casa. Mas com o tempo, o Augusto passou a levar a mulher para casa, e as coisas (comidas) passaram a sumir. Aí meu filho decidiu sair”, disse Maria Helena.
De acordo com o boletim de ocorrência do caso, Bakka teria trocado mensagens com Borelli, para o qual supostamente devia dinheiro. Bakka estava decidido a voltar para São José dos Campos e deixar o Litoral Norte. Ele já tinha conseguido um novo emprego em São José.
No sábado, 2 de março de 2024, ele desceu para Ubatuba para entregar a casa que havia alugado há menos de um mês. Levou a mulher e o filho. Ele ainda comprou tintas para pintar a casa antes de entregá-la.
Por volta de 21h, depois de passear pela praia e de comer uma pizza com a família, Bakka ficou acordado com o filho enquanto a mulher foi dormir. Nesse momento, o amigo de Bakka chegou e eles foram conversar na frente do portão da residência. O filho de 6 anos estava com Bakka.
Após conversarem, Bakka se despediu do amigo e se voltou para entrar na casa. Foi quando o homem sacou uma arma e atirou em Bakka, o atingindo nas costas. O filho gritou pela mãe.
“Ele caiu e meu neto que estava do lado começou a gritar. Foi quando a mãe levantou e veio e o Bruno estava caído no chão, e o cara já tinha fugido”, disse a mãe. “Tudo que a família quer é ver esse homem preso. Esperamos que ele seja encontrado e que a justiça seja feita”.
