PREVISÃO DO TEMPO

Inpe abre consulta por nome de supercomputador de R$ 200 milhões

Por Da redação | Cachoeira Paulista
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação/Inpe
Novo supercomputador instalado no Centro de Dados Científicos do Inpe
Novo supercomputador instalado no Centro de Dados Científicos do Inpe

Com sede em São José dos Campos, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) abriu uma enquete para definir, até o dia 26 de outubro, o nome do novo supercomputador da previsão do tempo. As opções são baseadas nos povos originários, após o recebimento de mais de cem sugestões de servidores, colaboradores e alunos.

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A enquete feita pelo Inpe e pelo MCTI (Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação) oferece quatro opções pré-selecionadas por servidores e pesquisadores. Jaci, Arani, Aracy e Arandu são os nomes colocados à disposição do público (veja o significado de cada um abaixo). O antigo supercomputador do Inpe se chamava Tupã, o “trovão”, divindade suprema dos tupis.

Para votar, o interessado deve acessar os perfis oficiais do Inpe (clique aqui) e do MCTI0 (clique aqui) no Instagram, escolhendo a opção favorita nos cards disponíveis. Qualquer pessoa pode votar na enquete.

Segundo o Inpe, o novo supercomputador amplia em mais de dez vezes a capacidade de processamento do instituto, melhorando o sistema de previsão do tempo para as condições climáticas da América do Sul. A máquina fica no Centro de Dados Científico do instituto, em Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo.

“Em relação ao sistema anterior, o Tupã, o novo supercomputador tem capacidade de processamento de dados de 5 a 6 vezes maior e cerca de 24 vezes mais capacidade de armazenamento de dados, sendo o mais avançado equipamento de previsão de tempo e de clima do país”, disse Ivan Márcio Barbosa, coordenador de Infraestrutura de Dados e Supercomputação do Inpe.

Redução de tempo.

O novo supercomputador reduz o tempo de processamento de previsões meteorológicas e aumenta o nível de detalhamento dos resultados. Enquanto anteriormente a previsão para 10 dias exigia cerca de três horas de processamento, agora é possível obter em menos de duas horas. Esse ganho permite executar múltiplas simulações com pequenas variações, fornecendo cenários probabilísticos mais confiáveis para apoiar órgãos como a Defesa Civil.

Além disso, o novo supercomputador permitirá previsões com maior resolução espacial, ou seja maior detalhamento. Além de mais processamento, isso exige que o supercomputador tenha muito mais memória. A grade de previsão, que antes era de 20 km, passa a 10 km para o globo todo, e poderá alcançar 3 km para previsões sobre a América do Sul. Essa melhoria permite identificar fenômenos locais, como ondas de calor em áreas específicas de grandes cidades, tempestades intensas em regiões delimitadas e efeitos de serras e vales sobre o clima.

“Na prática, esse avanço permite um detalhamento espacial 4 vezes superior ao que tínhamos antes. Proporcionalmente ao detalhamento espacial, o detalhamento temporal também aumenta, o que implica em cerca de 8 vezes mais processamento. O objetivo é possibilitar previsões detalhadas, como por exemplo: ‘fortes chuvas com rajadas de vento na Zona Leste da capital, entre 16h e 18h’, diferenciando como será o tempo em regiões separadas por apenas 10 km de distância, além de indicar de forma mais objetiva o intervalo de ocorrência dos eventos climáticos”, afirmou José Antonio Aravéquia, coordenador-geral de Ciências da Terra do Inpe.

Investimento.

Adquirido junto à empresa HPE-Cray em setembro de 2024, com um investimento de R$ 200 milhões, o novo supercomputador (modelo HPE XD2000) chegou ao Brasil em maio de 2025. Desde então, equipes do INPE realizaram as adequações necessárias na infraestrutura e a desmontagem do sistema anterior, o Tupã, além de receberem treinamento técnico por parte da empresa para operação do equipamento.

O Tupã era composto por dois módulos, o XE6, adquirido em 2010, e o XC50, adquirido em 2017. O processo de desativação começou com a desmontagem do módulo XE6, concluída em março. O Módulo XC50 continua sendo utilizado operacionalmente e tem previsão de desligamento no início de 2026.

A nova máquina já está em operação, enquanto os modelos numéricos passam por fases de testes e migração de sistemas. Além do MONAN, que apresentou bons resultados iniciais, estão previstos novos testes e validações de outros modelos de tempo e clima que também passarão a operar no novo sistema.

Opções de nomes para o supercomputador do Inpe

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