SÃO JOSÉ

PGJ vê inconstitucionalidade em lei para reduzir repasses ao IPSM

Por Julio Codazzi | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 2 min
Charles de Moura/PMSJC
Norma de 2022 permite o uso da transferência do Imposto de Renda retido dos servidores inativos para abater dos aportes que a Prefeitura deveria fazer ao IPSM
Norma de 2022 permite o uso da transferência do Imposto de Renda retido dos servidores inativos para abater dos aportes que a Prefeitura deveria fazer ao IPSM

A PGJ (Procuradoria Geral de Justiça), que representa o Ministério Público perante o Tribunal de Justiça, ajuizou uma ação para pedir que seja declarado inconstitucional o trecho da legislação municipal de São José dos Campos que permite o uso da transferência do Imposto de Renda retido dos servidores inativos para abater dos aportes que a Prefeitura deveria fazer ao IPSM (Instituto de Previdência do Servidor Municipal).

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Na ação, a PGJ afirma que esse trecho da lei, que está vigente desde dezembro de 2022, promove vinculação de receitas públicas, o que é proibido pela Constituição Federal. O processo será julgado pelo Órgão Especial do TJ, que é composto por 25 desembargadores. Ainda não há data marcada para o julgamento.

Questionada pela reportagem, a Prefeitura não se manifestou sobre a ação da PGJ. O espaço segue aberto. A Prefeitura também não informou quanto deixou de repassar ao IPSM desde janeiro de 2023 com base nesse trecho da lei municipal.

Repasses.

Esse trecho da legislação municipal contestado na ação foi criado no fim de 2022 e passou a valer em janeiro de 2023. Na época, com oito votos contrários, a Câmara aprovou projeto do prefeito Anderson Farias (PSD) com uma série de medidas que visavam aumentar a receita do IPSM e reduzir a necessidade de aportes da Prefeitura. Apenas esse trecho relacionado ao Imposto de Renda retido dos servidores inativos é questionado pela PGJ no processo.

A ausência de repasses ao IPSM é uma constante desde 2021, período que engloba desde a gestão do ex-prefeito Felicio Ramuth (PSD), que deixou o cargo no início de abril de 2022 e é o atual vice-governador de São Paulo, até o governo de Anderson Farias.

De janeiro a outubro de 2021, por exemplo, a Prefeitura deixou de repassar R$ 165,9 milhões ao instituto. Em junho de 2022, após aval da Câmara, foi assinado acordo para que esse montante seja pago em 20 anos.

Em janeiro de 2024 foi assinado novo acordo, dessa vez para quitar em cinco anos uma dívida de R$ 320,3 milhões referente a repasses não efetuados de novembro de 2021 a dezembro de 2023.

E, por repasses não realizados entre junho de 2024 e agosto de 2025, a Prefeitura deve R$ 249 milhões ao IPSM. Nesse caso, o município ainda não divulgou como e quando irá pagar o débito.

Comentários

1 Comentários

  • Pedro de Lima 06/10/2025
    Câmara e o TCE que não fiscalizaram isto ? Não é função deles fiscalizar o Executivo ?