Três criminosos armados com fuzis e vestidos como policiais civis invadiram um condomínio em São José dos Campos, fizeram uma família refém e fugiram com joias, dinheiro e um carro, segundo as forças de segurança. O caso foi revelado por OVALE. Até o momento, um suspeito foi preso.
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O crime aconteceu na madrugada dessa quinta-feira (2), quando três criminosos encapuzados e vestindo roupas pretas com identificação da Polícia Civil invadiram uma residência dentro do Condomínio Recanto dos Pinheirais.
Armados com duas armas longas (aparentando fuzis ou metralhadoras) e usando luvas, eles renderam o porteiro do condomínio, de 58 anos, e surpreenderam um casal.
Segundo o boletim de ocorrência, os assaltantes se passavam por policiais, exibiam distintivos, mantiveram as vítimas sob mira de armas e exigiam dinheiro e joias. O porteiro permaneceu como refém durante a ação.
Na fuga, os criminosos utilizaram o carro de uma das vítimas, que foi localizado pouco depois pela Polícia Militar em uma via não pavimentada, próximo ao condomínio. O local do crime e o automóvel passaram por perícia, e, após os procedimentos, o carro foi restituído.
Investigação.
Já na manhã de quinta, a Polícia Civil iniciou diligências. Um trecho do relato das vítimas chamou a atenção: um dos ladrões disse ter visto o morador dirigindo seu Volvo na Rodovia dos Tamoios na véspera. Imagens e leituras de placas confirmaram o Volvo passando pela rodovia na tarde anterior e, em sequência, um Fiat Palio preto em uma aparente perseguição.
Novos cruzamentos de dados indicaram que o mesmo Palio circulou às 5h40 em bairro próximo ao condomínio, já no dia do crime, reforçando a hipótese de apoio externo ao trio que entrou na casa.
A placa do Palio levou os investigadores até a proprietária, que informou que o carro era usado pelo neto, de 26 anos, motorista de aplicativo. Equipes fizeram campana até que o veículo parou próximo à residência do suspeito.
Agora indiciado, o homem foi abordado na via pública e, com ele, os policiais encontraram um celular e R$ 3.000 em espécie — ele não soube explicar a origem do dinheiro.
Cavalo.
Questionado sobre o roubo, admitiu informalmente que havia feito o “cavalo” (transporte de apoio) para três indivíduos com mochilas, no fim da madrugada, mas não quis identificar quem o contratou. Ele disse que receberia R$ 200 pelo “serviço”.
No interior do Palio, a perícia localizou uma luva com características compatíveis às luvas encontradas na cena do crime. As leituras de placas também colocaram o Palio seguindo o Volvo da vítima na véspera e circulando de manhã na região do condomínio.
Diante do conjunto de indícios — inclusive a “confissão informal” sobre o papel de apoio — a autoridade policial decretou a prisão em flagrante do homem por roubo a residência, com concurso de pessoas e emprego de arma de fogo, inclusive de uso restrito, o que majoraria a pena.
O suspeito foi indiciado, teve o celular, o dinheiro e o veículo apreendidos, e foi recolhido à Cadeia Pública de Caçapava, com representação pela prisão preventiva.
Polícia.
A investigação segue para identificar os três autores que entraram na casa. A polícia também trabalha para rastrear a origem das armas, mapear a rota de entrada e saída do condomínio e delimitar a cadeia de informações usada pelos criminosos (quem monitorou o morador na Tamoios e como isso foi repassado). Itens de valor — como joias e documentos — ainda não foram recuperados. As imagens e registros de câmeras do entorno e das vias de acesso seguem sob análise.
O caso está registrado como roubo a residência com concurso de pessoas, emprego de arma de fogo e arma de uso restrito, circunstâncias que agravam a pena.