POLÍTICA

Flávio Paradella: Uma afronta mais do que mal-educada

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 4 min
Divulgação/CMC
Comentário irônico de Benê Lima sobre protesto de pais alimenta mais a crise da EMEF Padre Leão Vallerié e gera pedido de afastamento da presidência da comissão
Comentário irônico de Benê Lima sobre protesto de pais alimenta mais a crise da EMEF Padre Leão Vallerié e gera pedido de afastamento da presidência da comissão

O episódio da EMEF Padre Leão Vallerié já era, por si só, um problema enorme para a Prefeitura, mas ganhou contornos explosivos no Legislativo quando o vereador Benê Lima (PL) resolveu ironizar as manifestações de pais no plenário da Câmara. O gesto teve efeito imediato: transformou um debate que poderia ser administrado com diálogo em um caso de desgaste político agudo, agora direcionado contra ele.

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As críticas surgiram em meio ao protesto de familiares indignados com o deslocamento forçado de mais de 800 alunos para aulas a 50 km de distância (entre ida e volta), um absurdo administrativo que já estava sendo explorado pela oposição. Benê, incomodado com a pressão em plenário, decidiu reagir com ironia — atitude que, para quem ocupa a presidência da Comissão de Educação, soa como uma afronta e falta de empatia em relação a um tema delicadíssimo.

A tentativa de minimizar depois, alegando supostos “militantes do PT” infiltrados no movimento, não colou. Na prática, pais e responsáveis se sentiram desrespeitados e a oposição encontrou terreno fértil para ampliar os ataques.

O vereador Gustavo Petta (PCdoB) foi o primeiro a se movimentar, protocolando pedido para que Benê se afaste ou renuncie à presidência da Comissão de Educação. Não se trata apenas de uma reação simbólica: a cobrança é estratégica pois, indiretamente, cobra colega do plenário e pode, de algum modo, resvalar no governo, já que manter Benê no posto passa a ser sinônimo de chancelar sua postura.

Outros parlamentares da esquerda também aproveitaram para emparedar o vereador, transformando-o em alvo central da crise neste momento. A narrativa é simples: como pode o presidente da comissão responsável pela Educação tratar com truculência justamente quem protesta em defesa das condições escolares dos filhos?

O episódio expõe duas dimensões. A primeira é a fragilidade política de Benê, ainda  um explosivo novato, sem a habilidade de manejar situações de crise e, como desmonstrou, sem condições para o posto desta comissão. A segunda é o constrangimento para a base governista, que precisa agora administrar o desgaste gerado por um aliado em um setor estratégico como a Educação.

Benê não entende o problema entre jogar gasolina na fogueira para tentar apagar o incêndio.

Ministro Padilha na RMC


Agência Brasil

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, esteve na Região Metropolitana de Campinas nesta sexta-feira (19) em meio à repercussão da liberação de seu visto para os Estados Unidos, obtido um dia antes, após semanas de impasse diplomático. Padilha garantiu assim presença na comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Assembleia Geral da ONU, que acontece na próxima semana em Nova York.

A agenda regional começou cedo, às 9h, com participação em uma conferência magna na Unicamp, em Campinas, evento que celebrou os 35 anos do Sistema Único de Saúde (SUS) e os 60 anos do Departamento de Saúde Coletiva. No início da tarde, às 14h, o ministro esteve na Santa Casa de Valinhos, onde anunciou a adesão do hospital ao programa Agora Tem Especialistas, voltado a ampliar a oferta de consultas, exames e cirurgias, reduzindo o tempo de espera na rede pública.

O compromisso seguinte foi na fábrica da Bionovis, também em Valinhos. A empresa é considerada estratégica para o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, por manter o maior número de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) com o ministério na área de medicamentos biotecnológicos. O objetivo, segundo Padilha, é reduzir a dependência externa e garantir maior acesso da população a tratamentos inovadores.

A visita ocorreu logo após a solução de um entrave internacional. O ministro recebeu na quinta-feira (18) o visto norte-americano que estava pendente, condição necessária para acompanhar a agenda do governo brasileiro nos EUA e participar de uma conferência da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Washington. “Recebi o visto hoje. Uma obrigação de um país que tem um acordo-sede com um organismo internacional. Tem que garantir o acesso de uma autoridade que é convidada para o evento”, disse em coletiva.

O impasse vinha desde agosto, quando os vistos da esposa e da filha de 10 anos de Padilha foram cancelados pelo governo norte-americano, em meio a medidas que atingiram também outros servidores ligados ao programa Mais Médicos. À época, Washington alegou suposta participação do Brasil em um “esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano”.

Porém, o visto concedido impõe restrições de circulação a Padilha. Para o Ministério da Saúde, a decisão viola o Acordo de Sede com a ONU e o direito do Brasil de apresentar as suas propostas no mais importante fórum global de saúde para as Américas.

O ministério informou ainda que, em razão dessas “limitações infundadas e arbitrárias ao exercício diplomático brasileiro”, o ministro Alexandre Padilha decidiu não participar das atividades para as quais foi convidado e vai permanecer no Brasil.

Recém-casados


Reprodução/Rede Sociais

De forma discreta e cercada apenas por amigos próximos e familiares, o prefeito de Campinas, Dário Saadi, e Maria Giovanna Fortunato se casaram no último sábado, em Amparo.

O casal está junto desde o início de 2024 e escolheu uma celebração íntima para oficializar a união

Votos de felicidade e muita saúde para o casal.

  • Flávio Paradella é jornalista, radialista e podcaster. Sua coluna é publicada no Portal Sampi Campinas aos sábados pela manhã, com atualizações às terças e quintas-feiras. E-mail para contato com o colunista: paradella@sampi.net.br.

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