Setembro amarelo.
Neste final de inverno, período mais seco do ano, acontece o desabrochar das flores dos ipês, especialmente o ipê amarelo, árvores que colorem as ruas de São José dos Campos e deixam a paisagem com jeito de pintura.
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Diversas árvores estão em plena florada por todas as regiões da cidade, como mostram fotos e vídeos divulgados nas redes sociais por moradores de São José (veja galeria de fotos abaixo). A beleza dos ipês encanta e incentiva a preservação ambiental.
Além do ipê amarelo, mais frequente na cidade, os ipês rosa e branco também florescem nesse período do ano. Antes deles, o primeiro a aparecer é o ipê roxo.
Juarez Vasconcelos, diretor de Gestão Ambiental da Secretaria de Urbanismo e Sustentabilidade de São José, disse que a cidade se aproxima de 90 mil árvores cadastradas, sendo que 13 mil delas são ipês.
Desse total, o ipê amarelo é a maioria, com cerca de 8.000 indivíduos na cidade. As outras 5.000 árvores são de ipês de cores variadas, como rosa, branco e roxa.
Vasconcelos explicou que, por 2025 ter sido um ano mais frio, as floradas dos ipês está mais bonita. “A baixa temperatura afeta a dormência e a árvore floresce e dá mais fruto. O frio mais intenso acabou num florescimento mais bonito dos ipês”, afirmou.
Segundo ele, a árvore está em sintonia com as pessoas e lembra o quanto é importante a conexão com a natureza e preservação ambiental.
Espécie rara.
Ruan Cardoso, graduando em Engenharia Ambiental pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e um dos fundadores e coordenador do Movimento De Olho nas Árvores em São José, explicou que os ipês amarelos costumam florescer entre o final de agosto e o final de setembro, com várias classificações entre eles.
Já o ipê rosa acontece até o final de outubro, árvore que vem originariamente da América Central. “Não temos essa nativa, mas uma variação do roxo”, disse Cardoso.
Ele contou que São José conta com uma espécie considerada rara de ipê, o da cor verde, que está plantado no Parque Vicentina Aranha, na região central da cidade.
“O roxo floresce primeiro, depois o amarelo, branco e rosa. O verde costuma florescer em janeiro. No Vicentina Aranha tem um exemplar dele. Não é da mesma classificação dos ipês amarelos e roxo. O verde é de outra classificação”, disse o especialista.
Cardoso lembrou que o florescimento dos ipês abre oportunidade para alertar sobre os riscos da monocultura, o quanto é importante diversificar com as espécies adequadas para cada localidade. “Plantar só uma espécie pode trazer riscos”.
Ele também citou um estudo publicado na revista Nature, por pesquisadores da Unicamp, que mostra como os ipês não estão conseguindo se adaptar às mudanças climáticas.
O estudo foi feito ao longo de 20 anos e não se viu novas espécies nascerem nesse período. “Isso é preocupante. Poderíamos introduzir outras espécies na cidade para diversificar”, afirmou Cardoso.