Pelo menos 23 postos de combustíveis foram citados em decisões judiciais por envolvimento na Operação Carbono Oculto, que apura a participação de facções criminosas no setor. A investigação aponta que os estabelecimentos eram utilizados para lavar dinheiro e repassar valores ilícitos a contas ligadas ao crime organizado.
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O caso é conduzido pela Justiça de São Paulo. De acordo com a Receita Federal, uma rede de aproximadamente 1.200 postos movimentou mais de R$ 52 bilhões entre 2020 e 2024, mas recolheu apenas R$ 90 milhões em tributos, o equivalente a 0,17%. Para sustentar o esquema, o grupo teria recorrido a 40 fundos de investimento, com patrimônio estimado em R$ 30 bilhões, operados por agentes financeiros da região da Faria Lima.
Na capital paulista e no interior, 15 postos aparecem em decisões judiciais como vinculados a pessoas ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Além da lavagem de dinheiro, a investigação aponta fraudes em bombas de combustíveis e adulterações, incluindo o uso de metanol.
As apurações revelaram ainda a simulação de transações em postos e a utilização de lojas de conveniência para movimentar valores em espécie ou por meio de maquininhas de cartão.
A Carbono Oculto é considerada a maior operação já realizada contra o crime organizado no Brasil. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em oito estados: São Paulo, Espírito Santo, Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Só em Goiás, oito postos foram identificados durante a ação.