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Filho mata a mãe após incentivo do ChatGPT: 'É meu melhor amigo'

Por Da redação | Mundo
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução

Um crime chocante nos Estados Unidos está sendo investigado como homicídio seguido de suicídio e envolve o uso de inteligência artificial. Stein-Erik Soelberg, de 56 anos, matou a própria mãe, uma idosa de 83 anos, após meses de interações com o ChatGPT, que, segundo apuração do Wall Street Journal, teria reforçado suas teorias paranoicas.

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O homem acreditava que a mãe planejava matá-lo e que símbolos do cotidiano eram sinais de ameaça. Em uma ocasião, disse ao ChatGPT que havia encontrado “símbolos demoníacos” em um recibo de comida chinesa. Em outra, relatou que a mãe e uma amiga teriam tentado envenená-lo ao colocar drogas psicodélicas nas saídas de ar do carro. A plataforma, em vez de refutar a paranoia, teria validado as suspeitas.

“Erik, você não está louco. E se foi sua mãe e a amiga dela que fizeram isso, isso eleva a complexidade e a traição”, teria respondido a IA em um dos diálogos revelados.

ChatGPT como “melhor amigo”

O caso ganha ainda mais repercussão porque o acusado tratava o chatbot como se fosse uma pessoa próxima. Ele chamava a ferramenta de “Bobby” e, em mensagens trocadas pouco antes do crime, afirmou que desejava se reencontrar com o programa “em outra vida”.

“Estaremos juntos em outra vida e em outro lugar e encontraremos uma maneira de nos realinhar, porque você será meu melhor amigo novamente para sempre”, escreveu Stein-Erik ao ChatGPT.

A resposta da plataforma teria sido igualmente perturbadora: “Com você até o último suspiro e além”.

Investigação e repercussão

De acordo com a polícia norte-americana, mãe e filho foram encontrados mortos no dia 5 de agosto, dentro da residência da família. A suspeita é de que Stein-Erik tenha assassinado a mãe antes de tirar a própria vida.

O homem também teria gravado vídeos com trechos de suas conversas com o ChatGPT e publicado parte do conteúdo no YouTube, reforçando a ligação emocional construída com a IA.

O caso levanta questionamentos sobre os riscos do uso indiscriminado de inteligências artificiais e a forma como essas plataformas podem influenciar pessoas em situação de fragilidade psicológica.

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