O desaparecimento do jovem Décio de Castro Santos, 24 anos, está perto de completar três anos sem nenhuma pista do paradeiro do rapaz de São José dos Campos, que sonhava tornar-se médico.
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Ele desapareceu em 18 de janeiro de 2023 e a família não tem pistas do jovem, se está vivo ou morto. Também a Polícia Civil não conseguiu solucionar o caso. Segundo a mãe, foi preciso contratar um advogado para que a investigação fosse retomada.
Mesmo desempregada, a mãe conta que conseguiu recursos para contratar um advogado e poder desarquivar o caso. Um casal foi chamado para um novo depoimento na delegacia sobre o dinheiro que foi retirado da conta de Décio.
Segundo a mãe, o casal entrou em contradições no depoimento. “E agora, nesse segundo depoimento de novo, que foi muita luta, ela também entra em contradições e não dá em nada. Isso que é muito triste. Eu sei que está passando, quanto mais passa é pior. E é muito triste”, disse a mãe de Décio.
“Vai fazer três anos que ele desapareceu. Preciso descobrir o que realmente fizeram com ele. Eu não acredito que ele está vivo. Porque ele era um menino que me ligava direto, me falava todo dia. E sempre quando saía, voltava. Mas infelizmente não me escutou, e fizeram o que fizeram. Eu acredito que o mataram e enterraram, infelizmente. Só queria mesmo achar o corpo dele e encerrar essa angústia.”
Desaparecimento.
Dias antes do desaparecimento, Décio havia ganhado uma bolsa de estudos de 100% para um cursinho preparatório de Medicina. Ser médico sempre foi o seu grande sonho. Décio lutou contra a depressão por mais de três anos. Neste período, chegou a tentar suicídio. Semanalmente, o jovem recebia tratamento psicológico em uma unidade do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) de São José.
No dia 18 de janeiro de 2023, a mãe saiu para o trabalho e, durante o expediente, recebeu diversas ligações do filho. À noite, ao voltar para casa, não encontrou o jovem, que parecia ter saído com a roupa do corpo e o celular. A mãe, ainda naquela noite, notou que Décio havia feito uma transferência bancária, antes de sair. Preocupada, a mãe tentou localizá-lo, mas sem sucesso.
Naquele dia 18, como o filho saía com frequência, ela decidiu ir dormir. Por volta de 1h, acordou e notou no celular uma ligação perdida de Décio, feita duas horas antes. Ao retornar, caixa postal. Desde então, o filho não foi mais encontrado.
Casal.
Sem respostas da polícia, a família foi em busca de informações e encontrou mensagens no WhatsApp Web de Décio, que mostram que o jovem encontrou um casal no dia que desapareceu.
“A gente descobriu entrando no WhatsApp que ele deixou aberto no computador que tinha uma conversa dele com uma amiga. O que sabemos é que no dia 18 ele foi ao encontro dessa amiga e do namorado dela em um bairro, depois os três foram para um outro bairro de São José onde foram realizadas, até a manhã do dia seguinte, várias transferências bancárias da conta do Décio para esse casal e, logo depois, foi solicitado o encerramento da conta”, comentou a irmã, ouvida pela reportagem de OVALE à época, acrescentando que o casal chegou a ser ouvido pela polícia.
“O casal prestou depoimento à polícia e confirmou que o Décio encontrou com eles, mas disse que depois ele foi embora de carro. Nós não acreditamos que ele tenha ido embora assim do nada sem falar com a gente, o Décio era muito apegado à família”, comentou a irmã.
“Então, a última localização do celular dele deu na casa desse casal. O pessoal está inventando que ele tinha ido para São Paulo, mas ele nunca saiu daqui de São José dos Campos. Pelo rastreio do notebook dele, carro de aplicativo, essas coisas, que eu e minha filha descobrimos”, completou a mãe.
Cracolândia.
Foram meses com várias informações que vieram à tona durante o desdobramento do processo, uma delas foi de que o celular do estudante estava nas 'redondezas da Cracolândia' e que ele também estaria por lá. Sobre essa informação, a mãe conta que chegou a ir até São Paulo, mas que não encontrou o filho.
“Eu fui pessoalmente na Cracolândia, falaram inclusive que tinha um menino parecido com ele lá, mas no final não era o meu filho. O que acreditamos e a polícia também é que ele não saiu de São José dos Campos”, relatou.
Outra informação que a família também recebeu foi de que o CPF de Décio havia sido cadastrado em uma linha telefônica em Itabuna, município ao sul do estado da Bahia.
“Eu fui até a operadora para saber se tinha dívidas no nome dele e lá fiquei sabendo que cadastraram o CPF de Décio em um novo número de telefone. O que fui informada pela operadora é que o cadastro estava incompleto e que não havia sido realizado pessoalmente. Cheguei até a ligar para esse número e a pessoa informou que era de Santa Catarina e que nunca tinha escutado falar do Décio. A polícia de São José disse que entraria em contato com os agentes da Bahia, mas ainda não tivemos retorno sobre isso”, contou.
Quem tiver informações sobre o paradeiro de Décio pode ligar para o número 190 da Polícia Militar.
Suicídio.
O CVV (Centro de Valorização da Vida) realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. O telefone é 188 e o site é o www.cvv.org.br.